Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


Tamanho da fonte: 
PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR EM UMA FAMÍLIA NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: UMA PERSPECTIVA DE AÇÃO COMUNICATIVA NA CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA DO SUJEITO E INTEGRALIDADE DO CUIDADO
Domingos José Vaz do Cabo

Resumo


Este trabalho teve como objetivo compreender e discutir a importância da construção de projetos terapêuticos como estratégia de organização do cuidado na Estratégia de Saúde da Família e identificar os princípios e diretrizes essenciais para a sua operacionalização. Para tanto se baseou em projeto de intervenção realizado pelo autor com uma família atendida em uma Clínica da Família no bairro de Guaratiba, Zona Oeste do Rio de Janeiro, RJ. A análise do material resultou na elaboração de três agrupamentos temáticos: conceitos sobre o projeto terapêutico singular; interface do projeto terapêutico singular com a teoria do agir comunicativo, de Jürgen Habermas; e aprofundamento do conceito de integralidade, a partir da concepção sistêmica da complexidade. De forma geral, os conceitos de projeto terapêutico singular são homogêneos e complementares entre si e levam-nos a propor uma nova estratégia de abordagem, família centrada (sempre partindo da singularidade do sujeito). Compreendendo-a como inserida no contexto comunitário e social, a família passa a determina-lo em medida que conquista a autonomia de seu cuidado, como sistema que comunica. Porém, esta forma de cuidado requer uma nova maneira de organização do trabalho em equipe e do serviço, sucintamente descrita neste trabalho, passo a passo. Com isso, se espera contribuir para a utilização deste projeto em situações semelhantes, fazendo-nos lançar novo olhar para as demandas individuais e muitas vezes recorrentes de cada sujeito que vem até nós em busca do cuidado integral, transformando este contato em efetivo promotor de sua autonomia.

Palavras-chave


Estratégia de Saúde da Família; Atenção Integral à Saúde; Teoria do Agir Comunicativo; Projeto Terapêutico Singular; Complexidade.

Referências


  1. Vianna, LAC. PROCESSO SAÚDE-DOENÇA. São Paulo: www.unasus.unifesp.br, 2010.

 

2. Gomes MCPA. ACOLHIMENTO, VÍNCULO E INTEGRALIDADE: O PODER DO DISCURSO OU O DISCURSO SEM PODER? UM ESTUDO SOBRE AS PRÁTICAS COTIDIANAS EM SAÚDE DA FAMILIA EM GRANDES CENTROS URBANOS. Dissertação apresentada para obtenção do grau de Mestre em Saúde Coletiva, Instituto de Medicina Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2005.

 

3. Scherer, MDA, et al. RUPTURAS E RESOLUÇÕES NO MODELO DE ATENÇÃO À SAÚDE: REFLEXÕES SOBRE A ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA COM BASE NAS CATEGORIAS KUHNIANAS. Interface - Comunic., Saúde, Educ., Florianópolis, 2005, v.9, n.16, p.53-66, set.2004/fev.2005.

 

4. Pinto DM, Jorge MSB, Pinto AGA, Vasconcelos MGF, Cavalcante CM, Flores AZT, et al. PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR NA PRODUÇÃO DO CUIDADO INTEGRAL: UMA CONSTRUÇÃO COLETIVA. Texto Contexto Enferm., Florianópolis, 2011, Jul-Set; 20(3): 293-302.

 

5. Morin, E. OS SETE SABERES NECESSÁRIOS À EDUCAÇÃO DO FUTURO. 3ª ed. São Paulo - Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2001.

6. Carillo Jr., R. O MILAGRE DA IMPERFEIÇÃO: VIDA, SAÚDE E DOENÇA NUMA VISÃO SISTÊMICA. São Paulo: Cultrix, 2008.

7. Habermas, J. TEORIA DO AGIR COMUNICATIVO. São Paulo: Martins Fontes, 2012.

8. Velasco, M. ATOS DE FALA E AÇÕES SOCIAIS: SOBRE A DISTINÇÃO ENTRE ILOCUÇÕES E PERLOCUÇÕES NA TEORIA DO AGIR COMUNICATIVO. http://www.ifcs.ufrj.br; Rio de Janeiro, 2006.

9. BRASIL. Ministério da Saúde. EQUIPE AMPLIADA, EQUIPE DE REFERÊNCIA E PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR. 2a. ed. Série textos básicos de saúde. Brasília, DF, 2007a.

10. Mângia, EF. CONTRIBUIÇÕES DA ABORDAGEM CANADENSE “PRÁTICA DA TERAPIA OCUPACIONAL CENTRADA NO CLIENTE” E DOS AUTORES DA DESINSTITUCIONALIZAÇÃO ITALIANA PARA A TERAPIA OCUPACIONAL EM SAÚDE MENTAL. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, São Paulo, v.13, n.3, p.127-34, 2002.

11. Leão, A; Barros, S. AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE MENTAL ACERCA DO MODELO DE ATENÇÃO AS POSSIBILIDADES DE INCLUSÃO SOCIAL. Revista Sociedade, São Paulo, v.17, n.1, p.95-106, 2008.

12. Mororó, MEML. CARTOGRAFIAS, DESAFIOS E POTENCIALIDADES NA CONSTRUÇÃO DE PROJETO TERAPÊUTICO EM CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL. [Dissertação]. São Paulo, 2010. Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo.

13. Buss, PM e Filho, AP. A SAÚDE E SEUS DETERMINANTES SOCIAIS. PHYSIS: Rev. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 17(1): 77-93, 2007.

14. Merhy EE. A PERDA DA DIMENSÃO CUIDADORA NA PRODUÇÃO DA SAÚDE: UMA DISCUSSÃO DO MODELO ASSISTENCIAL E DA INTERVENÇÃO NO SEU MODO DE TRABALHAR A ASSISTÊNCIA. In: REIS, AT.; Santos, AF; Campos, CR; Malta, DC; Merhy, EE (Orgs.). SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE EM BELO HORIZONTE: REESCREVENDO O PÚBLICO São Paulo: Xamã, 1998. p.103-120, 1998.

15. McGoldrick, M et Carter, B. AS MUDANÇAS NO CICLO DE VIDA FAMILIAR. Porto Alegre, RS: Artes Médicas, 1995.

 

16. Sluski, CE. A REDE SOCIAL NA PRÁTICA SISTÊMICA. São Paulo, SP: Casa do Psicólogo, 1997.