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A partir do ano de 2011, a Residência Multiprofissional em Saúde Mental Coletiva da Escola de Saúde Pública do RS vive um processo de reconfiguração do seu itinerário formativo, alterando de forma radical o desenho curricular e pedagógico desta ênfase, antes direcionado para o manicômio e para a manutenção de suas práticas de des-cuidado. O coletivo de residentes, a direção da ESP-RS e a equipe de coordenação da Residência Integrada em Saúde tiveram um papel essencial na denúncia dessas práticas e no planejamento e elaboração de uma proposta que representasse uma Residência comprometida com o cuidado em liberdade, com a produção de vida dos sujeitos, com a construção de Linhas de Cuidado e com a Reforma Psiquiátrica, enquanto legislação, política e movimento. No ano de 2012, a Residência em Saúde Mental Coletiva se insere na rede de serviços substitutivos e atenção psicossocial, nos municípios de São Lourenço do Sul, Porto Alegre e Sapucaia do Sul, e nos projetos de Desinstitucionalização do Hospital Psiquiátrico São Pedro. Estes novos itinerários demandam da coordenação pedagógica da ênfase, novos arranjos e articulações que possibilitem uma interlocução necessária entre a Escola de Saúde Pública, Cenários de prática, Gestão Municipal e Estadual da Rede de Saúde e Residentes. Assim, emerge a figura do tutor de campo, na medida em que os cenários de prática, também denominados campos de formação, descentralizam-se e ao mesmo tempo integram os serviços que se colocam enquanto espaço de ensino-aprendizagem para a Residência. Esta nova configuração caracteriza-se pela sua dinâmica, plasticidade, heterogeneidade e complexidade e a função do tutor é a de acompanhar e apoiar os processos de ensino-aprendizagem e mediar entre o que está posto enquanto diretrizes pedagógicas da Residência, diretrizes e princípios do SUS e da Reforma Psiquiátrica e o cotidiano do processo de trabalho dos serviços. O percurso da tutoria de campo, na ênfase Saúde Mental Coletiva apresenta desafios, possibilidades, encontros e desencontros que necessitam ser pensados e sentidos pelos atores envolvidos na construção cotidiana desta ênfase, em direção às lutas sociais e políticas que a mesma faz parte.