Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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CARACTERIZAÇÃO DOS CASOS DE MENINGITE NA BAHIA
Kelly Albuquerque de Oliveira, Cinoélia Leal de Souza, Jessica Carvalho Nascimento, Dária Lidiane Menezes de Mesquita Moura

Resumo


Introdução: Por se tratar de uma doença infecciosa e transmissível e que em geral apresenta um quadro clínico grave a meningite é considerada um sério problema de saúde pública em várias partes do mundo, devido a sua alta letalidade e elevada taxa de incidência (VIEIRA, 2001). Segundo os aspectos epidemiológicos da meningite ela pode ocorrer em qualquer período do ano, sendo que as meningites bacterianas têm maior incidência nos períodos de inverno e as virais no verão (BRASIL, 2005). No Brasil, entre 1990 e 2000, foram notificados mais de 297.000 casos confirmados de meningite com 17% de letalidade global (BRASIL, 1996; 2000).Objetivo: Estudar o comportamento da meningite no estado da Bahia, referente à incidência, letalidade e mortalidade, relacionado com as variáveis independentes: idade, sexo, tipologia e evolução clínica da doença.Metodologia: Estudo epidemiológico tendo como unidade de análise os municípios do Estado da Bahia, no período de 2001 a 2010. Os dados foram coletados através do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN). As informações incluem o número de casos de meningite dos casos confirmados, por município. Foi realizada a analise estatística descritiva através de planilha eletrônica do programa EXCEL® .Resultados: O SINAN registrou 13.726 casos de meningite e 3895 óbitos ocasionados pela meningite na Bahia. O coeficiente de incidência apresentou uma média de 9,87 casos por 100 mil habitantes. A doença incide mais no sexo masculino. A faixa etária mais acometida é de 20 a 39 anos. A taxa de letalidade média foi de 34,61% e de mortalidade de 2.78 por 100 mil habitantes. Em relação à evolução dos casos 9.814 obtiveram cura e 1862 foram a óbito, onde a 375 dos casos foram em menores de um ano. A proporção do número de casos por forma clínica apontou como forma predominante a meningite viral (43,94% – 6044 casos), com 3467 e 2567, do sexo masculino e do sexo feminino respectivamente. Esses coeficientes medem as condições de saneamento e a eficiência dos serviços de prevenção e controle da saúde. Conclusão: Os resultados encontrados nesta pesquisa mostram a importância de ações que visam à promoção da saúde, com as campanhas de vacinação e que os serviços de saúde ainda são insuficientes para o combate de doenças infecciosas.

Palavras-chave


Meningite; Epidemiologia; Sistemas de Informação.

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