Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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O que a experiência tem a ver com a aprendizagem?
Berenice de Freitas Diniz, Clarisse Castro Cavalcante, Marcela Vieira

Resumo


Trata-se de experiência de trabalho realizado para a disciplina de Formação para Docência do PPPGICS/ ICICT/Fiocruz, turma Mestrado 1º/2012. Optamos pelo tema da ‘experiência’ (mais existencial e estética), a partir de um texto extra curricular (Notas sobre a experiência e o saber da experiência (Bondía, 2002), como fio condutor; a busca pela complementação teórica do tema a partir do referencial bibliográfico da disciplina, e a identificação de similaridades com o tema da Ensinagem (Anastasiou & Alves, 2003). Definimos a estruturação de uma dinâmica de ‘aula’ que permitisse que todos, tanto o grupo apresentante quanto o grupo expectador, estivesse em iguais condições de contato com a vivência, submetidos aos mesmos ‘riscos de sentidos’. Nosso principal objetivo consistia em oportunizar uma mudança da forma de fazer, ao mesmo tempo em que valorizamos a participação de cada indivíduo, abrindo mão do controle pleno dos resultados. A partir deste objetivo, construímos um plano que tem como especificidade um mergulho reflexivo na preocupação com cada indivíduo envolvido no processo de aprendizagem e no seu papel nesta jornada. Os autores escolhidos nos trazem uma crítica ao método de transmissão de conhecimentos, a partir de dois importantes referenciais: A ideia de uma competência docente a partir do esquema explicação e síntese/dúvida e memorização; A idéia de educação a partir de um novo par: experiência/sentido. Assim, aprender é diferente de apreender. Apreender tem a ver com a experiência, e a experiência tem a ver com todos os atores “A experiência é o que nos passa, o que nos acontece, o que nos toca. A partir da reflexão e do diálogo entre os textos utilizados, fizemos uma dinâmica onde vários objetos foram espalhados sobre uma mesa, e todos os alunos deveriam escolher um objeto, esse objeto deveria ter uma relação de afeto, que trouxesse lembranças. Após as escolhas esse objeto ‘querido’ era trocado por outro objeto de outro aluno. Logo após todos se expressaram sobre o porque da escolha do objeto e como se sentiu com a troca. O objetivo era demonstrar que o conhecimento ao ser compartilhado deixa sempre algo e alguém sempre leva algo, isso é a experiência. Resultados: abordagem teórica e a dinâmica mais lúdica, onde todos puderam se expressar e falar sobre a sua experiência, permitiu a reflexão e a oportunidade de uma aula menos burocratizada e mais participativa e reflexiva, trouxe inquietações e provocações mais profundas.


Referências


Anastasiou, L. G. Ensinar, Aprender, Apreender e Processo de Ensinagem. In: Anastasiou, L. G. e Alves, L.P. (orgs.). Processos de Ensinagem na Universidade: Pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. Joinville: Univille, 2003. p. 11-36.

BONDIA, Jorge Larrosa. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Rev. Bras. Educ., Rio de Janeiro, n. 19, abr. 2002. Disponível em http://educa.fcc.org.br/pdf/rbedu/n19/n19a03.pdf. acessos em 07 ago. 2013