Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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MAMA FLORA - EMPODERAR MULHERES PARA O FLORESCER DO PARTO
Halana Andrezzo, Roxana Knobel, Murilo Leandro Marcos, Lara Amaral, Paola Baldessar

Resumo


Nas últimas décadas, gestar e parir tem se transformado em um processo altamente medicalizado. As altas taxas de cesarianas no Brasil, as taxas estáveis intermediárias de mortalidade materna e perinatal e os relatos de violência na atenção ao parto demonstram um problema na assistência obstétrica. Diante de tal situação pensamos um espaço para unir formação e educação em saúde. Com encontros quinzenais e interface com o Centro de Saúde e com projeto de Extensão da UFSC, o Grupo de Gestantes: Mama Flora se propõe a ser um espaço de aprendizado mútuo para profissionais e participantes. Nos encontros procuramos valorizar o conhecimento e a história das mulheres. Discute-se desde a fisiologia do parto até direitos da gestante. Construímos planos de parto, onde as mulheres são convidadas a refletir sobre possíveis intervenções desnecessárias e sobre seus desejos com relação ao Trabalho de Parto e parto. Desenvolvemos trabalhos corporais através do Ioga. Partilhamos histórias de parto ouvindo as agentes comunitárias de saúde e mulheres da comunidade. Mulheres e famílias que participaram do grupo afirmam que a oportunidade lhes fortaleceu a auto-estima, que conhecer as intervenções possíveis no parto lhes possibilitou discutir condutas com a equipe que lhes prestou assistência, que tiveram a sensação de estar no controle durante o trabalho de parto e parto., enfim, que a experiência de parir foi um ato de amor e prazer. Os profissionais que participam das atividades: Agentes Comunitárias de Saúde, Médico de Família e Obstetras avaliam que os encontros e os diálogos enriquecem seu olhar sobre o fenômeno do nascimento. As estudantes de medicina que participam do projeto avaliam que a vivência agrega conhecimento e experiência indispensáveis para um melhor entendimento sobre os anseios das gestantes. Acreditamos que a longo prazo, tal atividade tenha impacto sobre a assistência ao parto dentro das manternidades, uma vez que mulheres informadas e confiantes recusarão práticas obsoletas forçando o modelo no sentido de uma prática respeitosa e humanizadora. Em um momento que a Rede Cegonha propõe-se, como política nacional, a melhorar a atenção à saúde da mulher e que Centros de Parto Normal passam a ser financiados em todos os estados da Federação, acreditamos ser necessário incluir espaços de discussão com a população, para que possam entender a mudança de modelo assistencial proposta e principalmente cobrar que tais mudanças aconteçam efetivamente.

Palavras-chave


grupo de gestantes; humanização do parto; educação em saúde