Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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PROBLEMAS RELACIONADOS A MEDICAMENTOS EM USUÁRIOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DE UM MUNICÍPIO DE MÉDIO PORTE DE MINAS GERAIS: UM ESTUDO DE BASE POPULACIONAL
Sarah Geralda Silva Andrade, Angelita Cristine de Melo, Thais Bueno Enes

Resumo


Os problemas relacionados com o medicamento (PRM) estão associados com o aumento da morbimortalidade e contribuem com o aumento das despesas com os cuidados de saúde e redução da qualidade de vida dos pacientes. O PRM tem definido como experiência do paciente, indesejável, que envolve terapia medicamentosa e que realmente ou potencialmente interfere com o resultado de saúde desejado do paciente. OBJETIVOS: Identificar, quantificar e classificar os problemas relacionados ao medicamento (PRM) em indivíduos atendidos nas farmácias da Atenção Primária a Saúde de um município de médio porte de Minas Gerais. METODOS: Estudo transversal, de base populacional, aprovado pelo COEP H. São João de Deus n.154/2011, com instrumento estruturado-codificado e coleta de maio-agosto 2012, em todas as farmácias da atenção primária. Os PRM foram identificados utilizando-se como base o referencial teórico CIPOLLE et al.(2004) e foram identificadas as principais causas que levaram os pacientes apresentarem PRM. Realizaram-se estatísticas descritivas com estimativa de medidas de tendência central, variabilidade e proporções. RESULTADOS: Dos 517 entrevistados, 73,5% eram do sexo feminino, a grande maioria utilizavam o SUS para adquirirem os seus medicamentos. Ocorreu um total de 808 PRM, sendo que 53% dos pacientes tiveram pelo menos um PRM, daqueles com polifarmácia a proporção foi de 86,76%. Os PRM mais comuns foram dose alta 37%, dose baixa 34,2%, inefetivo 0,1%, não adesão ao tratamento 20,9%, necessidade adicional 1,5%, reação adversa 0,9% e risco de inefetividade ou insegurança no uso do antidiabético 5,4%. O número de medicamentos é o principal fator de risco para reações adversas, interações medicamentosas (Giancarlo Lucchetti,2010). A relação entre presença de PRM e polifarmácia definida por FLORES et al. (2005) demonstra que o número de medicamentos pode ser um critério para a hierarquização do risco dos pacientes para a provisão de acompanhamento pelo farmacêutico. CONCLUSÃO: A prevalência de PRM foi elevada na população indicando necessidade de um profissional que se responsabilize pela sua identificação, prevenção e sua solução. O farmacêutico é o profissional que possui em sua formação o conjunto de conhecimentos e habilidades necessários à prevenção, identificação e resolução dos PRM, contudo não esteve disponível para o cuidado a saúde da maioria dos pacientes. Segundo Zermansky et al.(2001) as causas relacionadas à PRM podem ser controladas ou evitadas analisando-se o processo de uso dos medicamentos, isto pode ser realizado principalmente pela avaliação farmacêutica (revisão da farmacoterapia).

Palavras-chave


PRM; MORBIDADE; MORTALIDADE

Referências


CIPOLLE et al. (2004)

LUCCHETTI, et al. Fatores associados à polifarmácia em idosos institucionalizados. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol. 2010, vol.13, n.1, pp. 51-58. ISSN 1809-9823.

ZERMANSKY, et al. Randomised controlled trial of clinical medication review by a pharmacist of elderly patients receiving repeat prescriptions in general practice.Brit. Med. J.,v.323, n.8,2001.

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