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DE MÃOS DADAS ENFRENTANDO O CANCER DE MAMA: A EXPERIÊNCIA DA DOENÇA NO CONTEXTO DE UM GRUPO DE APOIO
Resumo
Este estudo teve como objetivo discorrer sobre a relevância do compartilhamento da experiência de mulheres com câncer de mama no âmbito de um grupo de apoio. Tratou-se de um estudo qualitativo envolvendo observações participantes e dez entrevistas realizadas junto a um grupo de apoio mútuo no município de Novo Hamburgo/RS entre março e julho de 2013. Foi realizada uma análise de conteúdo temática do material das entrevistas e das extensas anotações de campo que resultaram em três categorias centrais: 1) Mãos Dadas: grupo de apoio como lugar de acolhida do sofrimento; 2) Se Quiser Viver: grupo de apoio como dispositivo de normalização; e 3) Apertos de mão e desalinhos: Solidariedade e tensões na busca pela integralidade da atenção ao câncer de mama. Os resultados mostraram que a participação no grupo potencializava o acolhimento, a troca de experiências, informações e o enfrentamento ativo individual e coletivo da doença, ampliando a rede de relações e de apoio das mulheres. Em meio ao abalo emocional do diagnóstico e os desafios do tratamento, o espaço do grupo auxiliava também no resgate da autoestima e do senso de controle sobre a própria vida, empoderando-as e oportunizando mecanismos de normalização, quando o foco da vida podia desviar da doença. Os achados também evidenciaram dificuldades enfrentadas pelo coletivo de mulheres quanto a sua articulação com gestores e com as redes de atenção à saúde que, muitas vezes, não davam eco as suas demandas e seu protagonismo por uma atenção mais integral e humanizada as mulheres com câncer de mama. Entende-se que a ação efetiva e cotidiana das políticas e serviços de saúde na legitimação de ações intersetoriais e de gestão participativa que promovam parcerias com as comunidades e redes de apoio de iniciativa popular na área da saúde da mulher ainda é um desafio.
Palavras-chave
Câncer de mama; apoio social; grupo de autoajuda
Referências
nesse momento, nenhuma.