Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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(TRANS)FORMANDO A PRÁTICA PEDAGÓGICA EM ENFERMAGEM NO CUIDADO À SAÚDE MENTAL
Mariana Nossa Aragão, Isabella Gusmão Soares

Resumo


A transformação da sociedade contemporânea tem trazido à tona, perspectivas relacionadas à formação profissional, com destaque na promoção de uma visão ecológica do indivíduo. A despeito dessa tendência atual, historicamente, os profissionais de saúde foram alvo de uma formação baseada em metodologias de ensino-aprendizagem conservadoras, reduzindo o processo à mera reprodução do conhecimento, isentando a crítica desse percurso metodológico. Nessa perspectiva, o desenvolvimento da prática pedagógica docente no Componente Curricular “Enfermagem no cuidado à Saúde Mental”, na Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia, vem provocando reflexões quanto à necessidade de mudanças do comportamento do enfermeiro. Pensando nesse contexto, foram desenvolvidas estratégias de ensino-aprendizagem com metodologias ativas de problematização, que visam práticas educacionais crítico-reflexivas, debruçadas sobre um problema e relacionando-o com a sua história e se (trans)formando. É refletindo no caráter pedagógico e filosófico do ensino que objetivamos implementar métodos que transformem a sala de aula em práticas inovadoras, visando (trans)formar discentes em cidadãos com capacidade de uma visão psicossocial abrangente  focada na solidariedade, no coletivo, na família e no indivíduo. A natureza da expressividade criativa do discente o induz a ter uma nova consciência de que a saúde mental deve ser transformada com sensibilidade e humanidade, sendo necessário ser um artista ao cuidar. Os novos pensamentos direcionam o aprendiz a crer que é necessário respeitar as diferenças, aceitar as diversidades, sem segregar, pois entende-se que somos parte integrante desse contexto e somamos forças para inquietar e reconstruir novos paradigmas na história da saúde mental. Como efeitos potenciais e alcançados vê-se o reflexo das práticas em saúde mental se repercutindo no educando positivamente, pois esse é o lugar de pensar em “ser” enfermeiro e se colocar em “questão”. Esse é o lugar de invocar a vocação, de acomodar as inseguranças e amadurecer o aprendiz somente até o ponto de não perder a habilidade de ser humano. Dizemos ser o dialético “lugar” onde o educando aprende fazendo e aprende aprendendo e ensinando. Em consonância ao exposto, recomendamos experimentar o “novo” e objetivamos propor uma mudança da docência estabelecendo novas formatações e recaptando à criatividade para se expressar saindo da posição confortável dirigível e aventurar-se em aprender ensinando.

Palavras-chave


Saúde Mental; educação; enfermagem

Referências


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