Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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SENTIMENTOS DAS MULHERES FRENTE AO EXAME CITOPATOLÓGICO
Kerle Dayana Tavares de Lucena, Cristiane da Silva Gomes, Eveline de Almeida Silva, Daniela Cristina Moreira Marcolino de Figueiredo, Layza Souza Chaves Deininger, Rodrigo Pinheiro de Toledo Vianna

Resumo


Introdução: Muitas mulheres desconhecem o câncer de colo de útero, além do medo e constrangimento em realizar o exame citopatológico. Encontram-se na literatura vários conceitos referentes à saúde da mulher de uma maneira geral. Há concepções mais restritas que abordam apenas aspectos da biologia e anatomia do corpo feminino e outras mais amplas que interagem com dimensões dos direitos humanos e questões relacionadas à cidadania. Apesar de alguns avanços na saúde da mulher, temos algumas fragilidades no que refere inclusive à coleta do exame citopatológico, haja vista que alguns serviços da atenção básica não conseguem atingir a meta preconizada pelo Ministério da Saúde e alegam muitas vezes que a mulher se recusa a realizar o exame preventivo. Objetivo: compreender os sentimentos das mulheres frente ao exame citopatológico. Método: Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa realizada em uma Unidade de Saúde da Família situada no território do Distrito Sanitário IV, no município de João Pessoa-PB. A amostra constituiu-se de quinze usuárias cadastradas na referida unidade, cenário da pesquisa. O estudo utilizou como critérios de inclusão a aceitação das usuárias em participar do estudo e a faixa etária de 25 a 59 anos, conforme preconiza o Ministério da Saúde. A análise do material empírico produzido foi acostada na proposta de Fiorin e Saviolli, que versam sobre análise do discurso buscando posições sociais e não responsabilização de forma individual. Resultados: Evidenciou-se que a realização do exame citopatológico para a prevenção do câncer de colo de útero além de ser imprescindível à saúde de todas as mulheres, necessita ser promovido pela Estratégia de Saúde da Família, com profissionais qualificados no cuidado à saúde da mulher, sem desigualdades de gênero que não tratem as mulheres apenas como órgão e sim em sua integralidade. Conclusão: Os profissionais necessitam de habilidades técnicas para desempenhar suas funções, informando às usuárias, mas, sobretudo, é imprescindível que tenham a visão holística e não biologicista, centrada apenas na doença. Destaca-se a qualificação dos trabalhadores do SUS como principal ferramenta de gestão no cuidado integral às usuárias, utilizando a política de Educação permanente proposta pelo Pacto em Defesa da Vida.

Palavras-chave


Saúde da Mulher; Câncer de Cólo de útero; Atenção Primária à Saúde

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