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Introdução: Historicamente, a formação do profissional de saúde, vem sendo fundamentada em concepções pedagógicas de natureza cartesiana e positivista, primando por uma formação separada do ambiente de trabalho, visando somente o currículo de vida do profissional. Essa abordagem de ensino faz com que prevaleça o enfoque tecnicista, apesar da nova visão de saúde exigir que o profissional assuma novos papéis e responsabilidades – como a participação na gestão. Na contramão dessa abordagem, apresentamos uma breve reflexão acerca da prática pedagógica no programa de educação permanente em gestão regionalizada na perspectiva da concretização do Sistema Único de Saúde – SUS tendo em vista contribuir para a discussão quanto a formação de profissionais capazes de provocar mudanças na realidade dos serviços de saúde e, consequentemente, causar impacto nas condições de vida da população brasileira Objetivo: Apresentar reflexões acerca das práticas pedagógicas integrativas desenvolvidas na realização do Programa de Educação Permanente em Gestão Regionalizada no Estado do Amazonas. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência sobre as práticas pedagógicas desenvolvidas, enquanto estratégia de inteligência sobre o SUS no Amazonas. O Programa de Educação Permanente em gestão regionalizada surgiu da necessidade de formação para dar suporte ao processo de regionalização no Amazonas e atuar como um disparador de processos regionalizados da gestão do sistema estadual de saúde. Para tanto, assumir os riscos de uma formação problematizadora é deixar espaço para as possibilidades de transformação das práticas profissionais. Nesta perspectiva, o processo de ensino-aprendizagem deve possibilitar uma atuação educativa comprometida com a mudança social e a construção da cidadania, o que poderá ser alcançado através de trocas de experiências entre os atores do ensino aprendizagem, em que o fluxo de informações e conhecimentos necessita circular de forma espontânea, crítica e reflexiva. As práticas pedagógicas foram desenvolvidas conjuntamente entre coordenação pedagógica e alunos gestores e alunos tutores. Resultados: A utilização das estratégias pedagógicas, como as rodas de conversa, mapas temáticos, diagnóstico situacional, entre outros, foram caracterizadas pela participação ativa dos alunos gestores e tutores no processo ensino-aprendizagem. Por conseguinte, o compromisso com os desafios locais para a regionalização do sistema de saúde e com a produção de tecnologias e metodologias para avançar no cotidiano foi, particularmente, relevante. Dessa forma, acredita-se que o processo educativo precisa ter caráter transformador, na perspectiva de superação do ensino tradicional, acrítico e mecanicista, preocupado unicamente com a transmissão de conhecimento, ignorando a singularidades dos sujeitos. O que implicou na construção de um processo que vislumbrou a educação transformadora aliada ao conceito de saúde ampliado. Conclusão: A utilização de metodologias ativas no processo formador de gestores e tutores no estado do Amazonas consagra a formação em ato, a aprendizagem profissional a partir do cotidiano, preconizada pela Política Nacional de Educação Permanente, uma vez que produz conhecimento locorregional visando à formação de profissionais capazes de conhecer e intervir sobre os problemas/situações de saúde-doença mais prevalentes no perfil epidemiológico, identificando as dimensões biopsicossociais dos seus determinantes, a partir das regionais de saúde do Estado. Para isso, o processo ensino-aprendizagem assume o seu caráter transformador.

Saúde; Amazônia; Educação; Metodologias Ativas