Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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SITUAÇÃO DE SAÚDE DE PROFISSIONAIS DO SEXO EM UM MUNICÍPIO DO NORTE DO PARANÁ
Aline Balandis Costa, Mayara Cristina Caetano Camargo, Luiz Fabiano Zanatta, Flávia Teixeira Ribeiro Silva, Simone Cristina Castanho Sabaini de Melo

Resumo


A prostituição seja ela ignorada, tolerada, regulamentada ou proibida, sempre existiu. Estima-se que a população de profissionais do sexo no Brasil seja em torno de 1% da população feminina de 15 a 49 anos de idade, ou seja aproximadamente meio milhão de mulheres. O trabalho das profissionais do sexo (PS) é caracterizado por grande vulnerabilidade, pois é uma população de alto risco para o câncer uterino e também para doenças sexualmente transmissíveis. Este estudo objetivou analisar a situação ginecológica, bem como o uso de drogas e o perfil demográfico das profissionais do sexo. Estudo descritivo exploratório realizado no período de agosto à dezembro de 2011. A população pesquisada foi composta por mulheres profissionais do sexo, maiores de 18 anos que trabalham na zona do baixo meretrício (ZBM) de um município do norte do Paraná. De um total de treze mulheres, participaram da pesquisa apenas oito. Utilizou-se para coleta de dados salas distintas improvisadas no estabelecimento de trabalho (casas) de atuação das entrevistadas. Após assinado o termo de consentimento livre e esclarecido, foi aplicado um questionário semiestruturado e em seguida coletado o exame colpocitológico e realizado o exame clínico das mamas. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Norte do Paraná, sob número 062/2011.  A idade das profissionais do sexo (PS) variou de 23 a 70 anos, com predominância entre 20 à 29 anos. 50% faziam uso de drogas ilícitas, a maioria apresentou a primeira relação sexual com menos de 15 anos, 75% usam preservativos durante os programas, todas apresentaram exame de citologia oncótica negativa para células neoplásicas e também sem alterações em exame clínico das mamas, porém 32,5% apresentaram Gardnerella ou Tricomonas. É necessário que as equipes de saúde criem estratégias voltadas para essa clientela como agendas com horários flexíveis, bem como realizar uma educação permanente com esse grupo tão vulnerável a certas doenças. Outro ponto a se pensar é que não é só de ações ginecológicas e obstétricas que essa clientela precisa e sim de um olhar holístico e humanizado. Estudos como este proporcionam conhecimento e compreensão sobre o contexto social a que estas mulheres estão inseridas, contribuindo assim para despertar um olhar mais atento a esse grupo.