Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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IMPACTO PSICOSSOCIAL DA HANSENÍASE NA VIDA DOS INDIVÍDUOS ACOMETIDOS PELA DOENÇA
Valdirene Vieira dos Santos Soares

Resumo


Introdução: A Hanseníase constitui-se uma doença infectocontagiosa crônica granulomatosa, dos nervos periféricos, causada pelo Mycobacterium leprae. Endêmica no Brasil tem diagnóstico clínico relacionado ao reconhecimento do dano neural: nervos periféricos espessados, áreas da pele com perda de sensibilidade, músculos paralisados nas mãos, pernas ou face. Mesmo com os avanços do tratamento, o preconceito e o estigma em relação ao portador da hanseníase ainda se mantém presentes na sociedade, existindo a falta de compromisso de se tratar o paciente e acompanhar os agravos físicos e psicossociais decorrentes dessa doença potencialmente incapacitante e que provoca tantas deformidades, estigmatizando o seu portador, que como ser humano, não foi programado para ter deformidades. Objetivos: Analisar o impacto psicossocial da hanseníase na vida dos indivíduos acometidos pela doença. Metodologia: Trata-se de uma abordagem qualitativa exploratória operacionalizada por pesquisa bibliográfica baseada em autores como: Savassi (2010); Aguiar e Ribeiro (2009), Silva Sobrinho et al. (2007). Resultados: Mesmo com os avanços no tratamento, a hanseníase continua a provocar medo e a afetar a vida de seus portadores de inúmeras maneiras - podendo ocasionar incapacidades físicas que dificultam o desenvolvimento das atividades cotidianas, o trabalho ou a geração de renda e diminuem o status da pessoa na família e na comunidade, levando a problemas psicossociais. A identificação precoce dos sintomas e sinais suspeitos, o encaminhamento do indivíduo para os exames, tratamento adequado e/ou reabilitação, são ações essenciais para quebrar a cadeia de transmissão da doença. Conclusão: O estigma que circunda a hanseníase decorre principalmente das deformações que resultam em discriminação e exclusão social, impactando significativamente a qualidade de vida do indivíduo afetado, levando-o a tentar ocultar sua condição, ou a se isolar do contato social normal, das atividades geradoras de renda ou de suas responsabilidades familiares. Aponta-se o diagnóstico precoce, tratamento adequado e a prevenção a partir da gestão da rede de cuidados essenciais à assistência integral, igualitária, de qualidade e humanizada às pessoas e da qualificação dos profissionais de saúde, como forma de reduzir incapacidades e deformidades, desconstruir o medo, o preconceito, a discriminação e os danos psíquicos, morais e sociais aos doentes e seus familiares.

Palavras-chave


Hanseníase; Mycobacterium leprae; Deformações.

Referências


AGUIAR, Z. N.; RIBEIRO, M. C. S. Vigilância e controle das Doenças Transmissíveis. 3 ed. São Paulo: Martinari, 2009.

SAVASSI, L. C. M. Hanseníase: políticas públicas e qualidade de vida de pacientes e seus cuidadores. Belo Horizonte, 2010.

SILVA SOBRINHO, R. A. da et al. Avaliação do grau de incapacidade em hanseníase: uma estratégia para sensibilização e capacitação da equipe de enfermagem. Revista Latino Americana de Enfermagem. v. 15, n. 6. Ribeirão Preto: Nov/Dez, 2007.