Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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CONDIÇÕES DE SAÚDE E TRABALHO DOS PROFISSIONAIS GARIS EM LAGARTO – SE
Jessica Carvalho Nascimento, Kelly Albuquerque de Oliveira, Daria Lidiane Menezes de Mesquita Moura, Maria Piedade Menezes Carvalho Cruz, Rosiane Dantas Pacheco

Resumo


Introdução: Um dos principais assuntos de debates na pesquisa em saúde são as questões relacionadas à saúde dos trabalhadores, visto que estão cotidianamente expostos a agentes ambientais de risco que podem ser geradores de acidente de trabalho, doença ocupacional ou doença relacionada ao trabalho. As diferentes atividades desenvolvidas pelos garis da prefeitura municipal de Lagarto, na área urbana, são a de varredura de ruas, capinação, coletas de detritos orgânicos e inorgânicos, como também cumprem a tarefa de dar o destino final ao lixo domiciliar, industriais e hospitalares. Os trabalhadores que se encarregam da higiene pública ao manusear o lixo estão expostos a inúmeros riscos que futuramente podem desencadear várias patologias, contribuindo de maneira gradativa para a desvalorização da ocupação. Objetivo: Conhecer a percepção de riscos ambientais e as estratégias de enfrentamento dos problemas de saúde dos trabalhadores garis da cidade de Lagarto-Se. Métodos: Trata-se de uma pesquisa descritiva de natureza quantitativa, realizada através de levantamento de dados por meio de questionário, para verificar as condições de saúde e trabalho dos garis em Lagarto-SE. Foram entrevistados 54 trabalhadores, o que corresponde a um universo de 55,62%. Resultados: De acordo com os dados coletados, 24,1%  dos trabalhadores entrevistados têm entre 25 a 30 anos; quanto ao tempo de serviço, 31,5% têm de 12 a18 meses; dos agravos mais frequentes, 40,7% foram DORT; quanto à frequência que utiliza atestado médico, 48,1% usam uma vez ao ano; sobre os sintomas ao manusear o lixo, a maioria respondeu estar acostumada, sendo 46,3%, em seguida veio mal-estar com 28,8%; o que mais incomoda no dia a dia é a poeira nos olhos, 22,2%; quanto à exposição a agentes químicos como baterias e pilhas, a maioria, 70,2% disse nunca se acidentar; quanto à frequência de acidentes com material perfuro-cortante 29,6% se acidentam uma vez ao mês; e em relação a visão da sociedade, 50% disse sentir-se muito discriminado pelo seu serviço. Conclusão: Diante do levantamento de dados coletados a pesquisa mostra uma realidade na qual precisa ser implantada uma educação continuada, tendo em vista o progresso no espaço de trabalho, dos aparelhamentos, da redução e eliminação da exposição do trabalhador a riscos.

Palavras-chave


Garis; Riscos; Patologias e Saúde do trabalhador.  

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