Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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PRÁTICAS DE ENSINO NA COMUNIDADE - EXPERIÊNCIA EM COMUNIDADE RURAL DA CIDADE DE LAGARTO - SE
Karine Vaccaro Tako, José Antonio Barreto Alves, Luiz Gabriel Ribeiro de Assis, Vanessa Cardoso Rodrigues, Marcia Amelia Cerqueira da Cruz, Ronaide Paula dos Santos Lima

Resumo


Práticas de Ensino na Comunidade (PEC) é uma atividade curricular dos cursos de graduação da Universidade Federal de Sergipe (Campus Lagarto), desde o 1º ano da graduação. Trata-se de uma primeira aproximação dos acadêmicos com a prática de Educação em Saúde nas Comunidades locais, através de Planejamento Local em Saúde. O Planejamento e Programação Local em Saúde (PPLS) têm aplicabilidade no território de uma Unidade de Saúde da Família, no qual os participantes ativos desse projeto são os alunos de graduação da área de saúde juntamente com a ESF (equipe saúde da família) e a população de terminada área. Têm-se como objetivo principal a contribuição para a melhoria da saúde da população dado o conhecimento e recursos disponíveis. O PPLS também é um instrumento flexível que serve para nortear as atividades realizadas buscando concretizar as mudanças desejadas. Primeiramente, é necessário um conhecimento da área em que se vai atuar o PPLS onde os estudantes fazem um passeio ambiental e depois em sala de aula são discutidos os problemas e o que contribui para a formação de tal problema. A partir deste ponto serão analisados os dados epidemiológicos (provenientes de questionários, DATASUS, IBGE entre outros) e a escuta qualificada de problemas vistos por parte da população e também da equipe de saúde. Percebido o problema a partir desses dados são construídas as árvores de problemas, cujas raízes são os problemas, e os frutos, as consequências. O grupo pode elaborar até cinco árvores e por meio de votação são enumerados respectivamente os problemas de maior relevância. Após a construção das árvores de problemas, será divulgado à comunidade e à equipe de saúde da família o problema que mais se destacou, levando-se em consideração os aspectos: recursos humanos, recursos financeiros e tempo para uma possível execução. Posteriormente, o grupo faz a proposta onde a comunidade juntamente com a equipe seja beneficiada buscando a melhoria da saúde. Com a definição do tema será feito mais uma nova árvore de problemas com o objetivo de determinar ações determinando as facilidades e dificuldades para a intervenção proposta. Como base para a intervenção, utilizou-se dados do agente de saúde e realizou-se uma coleta de dados na Comunidade do Barro Vermelho - Lagarto (SE) para uma melhor averiguação das condições de saúde da comunidade. Os resultados da analise mostraram um alto índice de hipertensos e diabéticos nesta área, assim como um déficit na disponibilidade dos recursos da UBS (...). A partir dos dados levantados foi construído em sala de aula as bases teóricas do PPLs para o melhor levantamento de estratégias de intervenção na comunidade. Seguindo o roteiro dessas bases e guiados pelos dados obtidos, os alunos levantaram os principais problemas da comunidade, iniciando pela priorização de determinados problemas julgados como mais fundamentais e da explicação desse e posteriormente foram traçados os objetivos para a intervenção na comunidade. Na UBS foi realizada uma reunião com a médica, a enfermeira, o agente de saúde e o líder da comunidade em que foi proposto o nosso objetivo de intervenção. Todas as partes foram ouvidas para que se pudesse chegar a melhor forma de intervenção. Firmou-se entre todos os presentes a prática do Hiperdia na própria comunidade em virtude de alguns idosos não poderem se deslocar até o posto de saúde pela distancia e pelas condições de saúde. Porém dias antes da nossa intervenção recebemos a notícia que a médica não mais concordava com a prática do hiperdia na comunidade. Diante desse fato frustrante, nos reunimos novamente para elaborar uma nova estratégia de intervenção. Confirmou-se nessa nova reunião que faríamos a prática de aferição da pressão e medidas antropométricas com integrantes da comunidade junto com a apresentação de slides que ratificariam a importância do comparecimento de todos os hipertensos e diabéticos residentes naquela região nos dias de hiperdia na UBS. Em outro encontro na Associação de Moradores foi realizado a nossa estratégia de intervenção na comunidade. Ocorreu tudo como planejado e com um bom comparecimento da população local, foram colocadas em prática as habilidades de aferição de pressão e medidas antropométricas acompanhadas pela enfermeira da UBS que ajudaram bastante os moradores na determinação da saúde. A prática na comunidade permitiu que todos os alunos pudessem adquirir experiência crítica, devido à ação direta na comunidade. A utilização dos passos do PPLs foi de fundamental importância para a aplicação de um conhecimento teórico numa situação real. Conclusão: Ao final de um ano de conteúdo programático e de um PPLS bem sucedido, apesar dos entraves práticos que sofremos para finalizar nosso projeto de intervenção, o grupo PEC 09 se considera bem sucedido. A parceria que se firmou entre docente e discente, mostrou-nos o verdadeiro objetivo da PEC. Adquirimos uma visão crítica da realidade da saúde no município de Lagarto, que deve ser projetava para a realidade nacional, em seus méritos e deméritos. A partir do estudo teórico, tornamo-nos capacitados para nos inserir no sistema e observar suas contradições, sugerindo melhorias e produtividade, sempre apoiando-nos na humanização capaz de resolutividade. O grupo PEC 09 foi uma fase inicial, que nos preparou para os futuros anos de PEC. Agora que estamos teoricamente embasados e criticamente capacitados, podemos, eficientemente, nos apesentar para os próximos ciclos de PEC.

Palavras-chave


Integração Ensino-Serviço-Comunidade; Atenção Básica; Educação em Saúde

Referências


TEXEIRA, C. F. Planejamento e programação situacional em distritos sanitários. In: MENDES, E.V. (org) Distrito Sanitário: o processo social de mudança das práticas sanitárias do Sistema Único de Saúde. São Paulo  - Rio de Janeiro. HUCITEC – ABRASCO, 1993, p 237- 265.

LEI 8.080 e 8.142/90. Disponível em: www2.planalto.gov.br/. Acesso em: 21 de março de 2013.

DATASUS. Disponível em: http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php. Acesso em: 21 de março de 2013.