Tamanho da fonte: 

Introdução: A formação de recursos humanos em saúde da família vem exigindo mudanças substanciais na formação acadêmica, a fim que se possa superar o modelo flexneriano, preconizando um processo formativo que esteja direcionado para ações de promoção da saúde no âmbito da Estratégia de Saúde da Família (ESF) (CECCIM & BILIBIO, 2004). De acordo com Ragasson et al (2005), o fisioterapeuta no decorrer de sua recente história, apresentou pouco destaque na atenção primária à saúde, reforçado também pelo processo de formação acadêmica que priorizava a ação curativa. Este enfoque dificultou a inserção do fisioterapeuta na ESF. Com a implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Fisioterapia (BRASIL, 2002), houve necessidade de se repensar saberes e práticas que contemplassem uma formação profissional mais contextualizada com o Sistema Único de Saúde (SUS), particularmente, com a ESF. Diante desse contexto, apontou-se a necessidade de realização desse estudo que teve como objetivo conhecer junto aos acadêmicos do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Serra dos Órgãos (UNIFESO), quais os possíveis saberes e práticas que foram construídos a partir do trabalho de promoção da saúde na ESF da Granja Guarani no município de Teresópolis-RJ, pois com a publicação da portaria n° 154, do Ministério da Saúde (2008), que cria os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), traz a inclusão de outros profissionais, como o fisioterapeuta no apoio matricial às equipes da ESF, visando ampliar a abrangência e o escopo das ações na Atenção Básica e aumentar a resolutividade dela (BRASIL, 2008). Método: Foi utilizada a pesquisa qualitativa, utilizando-se como instrumento de coleta de dados (questionário) aplicado aos sujeitos da pesquisa. As narrativas obtidas através do mesmo possibilitaram a construção de categorias de análise, que permitiram a análise das percepções dos acadêmicos de saúde acerca de sua formação e de sua prática. Resultados: Os resultados obtidos apontaram que ainda existe uma lacuna entre a proposta para a atuação do profissional de Fisioterapia segundo o novo conceito de saúde e a formação acadêmica do fisioterapeuta, e que ocorre a falta de apropriação de conhecimentos necessários para a atuação na ESF, bem como uma concepção errônea conceitual e prática acerca da promoção da saúde (BUSS, 2008). Conclusão: Diante ao exposto, é necessário rever o processo formativo do fisioterapeuta para a implicação de abordagens pedagógicas que contemple a promoção da saúde, a partir de um novo paradigma, pautado pela integralidade e direcionado às ações do cuidar em Fisioterapia, em consonância com o SUS.

Fisioterapia; Formação Profissional; Estratégia de Saúde da Família