Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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AÇÃO INTERSETORIAL: POTENCIALIDADES E DIFICULDADES DO PROCESSO DE TRABALHO EM EQUIPE NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Denise Alves José da Silva

Resumo


A intersetorialidade é uma estratégia fundamental de promoção da saúde (PS), que busca o alcance de determinantes sociais de saúde favoráveis à saúde individual/coletiva. O estudo objetivou analisar as ações intersetoriais desenvolvidas pelos profissionais das equipes de saúde de uma unidade de saúde da família da Área de Planejamento 2.2 da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro; construído com base na vivência prática da pesquisadora e a percepção sobre a dificuldade e complexidade na articulação intersetorial. Base teórica originada de estudos que revelaram o valor da PS, fortalecendo a Estratégia de Saúde da Família (ESF) enquanto capaz de reorganizar a Atenção Primária, em catalisar toda a rede de atenção. Metodologia de abordagem qualitativa e caráter exploratório, a partir de pesquisas bibliográfica, documental e de campo, esta usou como técnicas de coleta de dados: entrevistas semiestruturadas e observação direta. Resultados e Discussão: Atores: 34, população feminina: 73,56%, tempo médio de trabalho na ESF: 5,1 anos; práticas de PS limitadas pela grande demanda espontânea e pelo critério adotado para alcance das metas e indicadores de resultados das ações, o que interferia no processo de trabalho, com consequente rotatividade e abstenção profissional, e alteração na prática do cuidado; necessidade de exercer atenção integral e humanizada e praticar educação permanente para transformar e qualificar as práticas em saúde; relações interequipes frágeis, tipologia: equipe agrupamento, interferindo na qualidade do trabalho; planejamento e avaliação das ações não solidificados, e assim dificultava o enfrentamento dos problemas e tomadas de decisão; baixa adesão participativa da comunidade, uma das causas registradas - descrença da comunidade no processo de trabalho da equipe relacionado a organização oferta/demanda do serviço. Fatores mediadores apontados para articulação intersetorial: fomento à participação/controle social; gestão social; comunicação dialógica. Conclusão: Com a pesquisa foi possível mostrar ações intersetoriais, ainda incipientes e desafiadoras, e construir proposições para reorientação das práticas de trabalho das equipes para potencializar as ações intersetoriais na lógica do conceito ampliado de saúde, organizadas em cinco temas: Qualificação profissional; Processo de trabalho em equipe; Ferramentas de práticas de trabalho; Participação comunitária e Construção de rede.

Palavras-chave


Ação intersetorial. Promoção da saúde. Equipe interdisciplinar de saúde

Referências


        1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Coordenação de Promoção da Saúde da OPAS/OMS Política Nacional de Promoção da Saúde (Documento para Discussão). Ministério da Saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2002. 2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Promoção da Saúde. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. – 3. ed. – Brasília: Ministério da Saúde. 2010. 3. Rabello LS. Promoção da Saúde: a construção social de um conceito em perspectiva comparada. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz; 22 ed. 2010; 228p. 4.Junqueira LAP. Intersetorialidade, transetorialidade e redes sociais na saúde. Rev. adm. pública. Rio de Janeiro: 2000 nov/dez; 34(6): 35-45. 5. Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 12 ed. São Paulo: Hucitec. 2010; 407p. 6. Peduzzi M. Equipe multiprofissional de saúde: conceito e tipologia. Rev. Saúde Pública [online]. 2001; vol.35,n1:pp.103-109.