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As práticas educativas desenvolvidas na perspectiva da promoção da saúde são instrumentos de transformação social, cabendo ao enfermeiro realizá-las com os Agentes comunitários de Saúde (ACSs) através da mediação de saberes, já que conhecem as reais necessidades da comunidade. Objetivou-se investigar a atuação dos enfermeiros na construção das práticas de educação em saúde junto aos ACSs. Pesquisa descritiva de abordagem qualitativa, realizada no município de Juazeiro do Norte-CE, Brasil, com 17 enfermeiros que atuam na Estratégia Saúde da Família. A coleta de dados deu-se a partir da entrevista semiestruturada e a análise de conteúdo para organização, seguindo os passos de Bardin. A análise foi consubstanciada pelas políticas públicas de saúde e artigos inerentes a temática em estudo. Ao buscar aproximação da percepção dos participantes sobre educação em saúde, evidenciaram-se dois eixos: educação em saúde relacionada à prevenção de doenças e o outro, relacionada à educação continuada, revelando uma visão tradicionalista e equivocada de educação em Saúde. Apreende-se que uma percepção da educação em saúde ainda limitada ao modelo medicalocêntrico pode revelar uma descontextualizarão dos profissionais no modelo que estão inseridos, uma vez que o modelo da Estratégia Saúde da Família está intrinsecamente ligado à promoção da saúde. Os enfermeiros associam o papel dos agentes de saúde como essencial para construção das práticas educativas, sendo detentores das necessidades da população, uma vez que se inserem no contexto da comunidade. Essa relevância pode contribuir para participação ativa nessas práticas quando implementadas pelos enfermeiros, o que viabiliza a interação enfermeiro/usuário e, por sua vez, o vinculo necessário entres eles. Ainda foi revelado que os profissionais têm facilidades em trabalhá-las com os ACS, pelo acesso facilitado, onde a maioria desses profissionais são participativos e interessados. No entanto, dificuldades foram apontadas como a falta de materiais, espaço e de tempo para elaborar e realizar essas atividades, além da demanda elevada e a falta de apoio dos governantes. Ficou claro ser necessário a reorientação de práticas educativas em saúde, que depende da qualificação profissional, por meio da graduação e do apoio dos gestores para garantir recursos necessários para implementá-las, a fim de que estejam voltadas para promoção da saúde, contribuindo com uma maior participação da população para melhoria da qualidade de vida.

Enfermagem, Educação em Saúde, Agente Comunitário de Saúde.