Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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EFEITOS DA “LEI SECA” NA MORBIDADE HOSPITALAR POR USO DE ÁLCOOL NO CEARÁ
Luana Géssica Freire Martins, Samara Pereira de Souza, Sandra Ferreira Cordeiro, Francisca Kamyla de Sousa Ribeiro, Rogério de Carvalho Queiroz, Michel Ângelo Marques Araújo

Resumo


Introdução: A expressão “Lei Seca” tem origem norte-americana, em decorrência da 18ª Emenda da Constituição dos Estados Unidos, de 16 de janeiro de 1919, que proibia o varejo, a fabricação, o transporte, a importação e a exportação de bebidas alcoólicas em seu país. Assim, essa proibição genérica estabelecida pela emenda norte-americana ficou conhecida mundialmente como “Lei Seca” (MOURA, 2012). O que a Lei nº 11.705/08 vedou, dentre outros, foi a comercialização varejista de bebidas alcoólicas na faixa de domínio de rodovia federal ou em terrenos contíguos a essa faixa com acesso direto à rodovia, conforme seu art. 2° (MOURA, 2012). Além dessa proibição relacionada à comercialização, a Lei nº 11.705/08 ataca também o consumo de bebida alcoólica pelos motoristas, com tolerância zero para o nível de álcool no sangue. Caso venha a ultrapassar este liame, a referida lei prevê sanções administrativas, ou até sanções penais, caso o nível alcoólico ultrapasse. Segundo Marques (2001), o álcool é uma droga psicoativa muito utilizada, que pode causar influências de aspectos psicológicos, genéticos, morais e ambientais em casos de abusar do uso. Objetivos: Identificar o número de internações hospitalares por uso de álcool no estado do Ceará do ano de 2008 a 2012 e compará-los com a promulgação da lei seca no ano de 2008. Metodologia: Estudo do tipo epidemiológico descritivo, com abordagem quantitativa e delineamento transversal. Foram utilizados dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS – SIH/SUS, disponíveis no site do DATASUS, no estado do Ceará, internados por uso abusivo de álcool de 2008-2012.  Resultados: No estado do Ceará totalizou-se 7,752 internações hospitalares por uso de álcool do ano de 2008 a 2012. Ocorre predominância das internações na faixa etária de 30 a 49 anos com 4,771 (61,5%) casos e no sexo masculino com 6,993 (90,2%). No ano de 2008 ocorreram 22,6% das internações, no ano de 2009 ocorreram 19,8% das internações, no ano de 2010 ocorreram 20,7% das internações, no ano de 2011 ocorreram 18,5% das internações e em 2012 ocorreram 18,1% das internações. Conclusão: Ocorreu predominância de internações no ano de 2008. É notória a identificação decrescente de internações do ano de 2008 a 2012. Dessa forma, pode-se concluir que a promulgação da Lei 11.705/08 contribuiu para os resultados aqui apresentados. Porém, é importante ressaltar que os responsáveis pelo acionamento da Lei são os policiais federais, no qual estes não encobrem pequenas cidades. Assim, torna-se necessária a construção de políticas públicas no que concerne ao controle nestas.

Palavras-chave


hospitalização, morbidade, álcool

Referências


BRASIL, Ministério da Saúde. Departamento de Informática do Sistema único de Saúde (DATASUS), Brasília. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sih/cnv/niCE.def. Acesso em: 12 de Out/2013, 18:25.

MOURA, A.B.P. Lei seca: uma abordagem sobre a sua constitucionalidade. 2012. Disponível em:<http://bdjur.tjce.jus.br/jspui/bitstream/123456789/589/1/Alane%20Belfort%20-%20Lei%20seca%20-%20uma%20abordagem%20sobre%20sua%20constitucionalidade.pdf>. Acesso em: 22 de out/2013, 23.01.

TRIGUEIRO, A. Mudança na Lei Seca gera discussão sobre índices de ingestão de álcool. Jornal nacional. Disponível em:<http://g1.globo.com/jornal-nacional/2013/01/musanca-na-lei-seca-gera-discussao-sobre-indices-de-ingestao-de-alcool. html>. Acesso em 20 de nov/2013, 16:20.