Tamanho da fonte:
O PMAQ E A GESTÃO DA ATENÇÃO BÁSICA: PERFIL DE FORMAÇÃO DOS COORDENADORES DAS UBS NO RIO GRANDE DO SUL
Resumo
Introdução: O profissional Enfermeiro possui uma inserção histórica na organização dos serviços de saúde. Atualmente, ocorre uma crescente apropriação dos cargos de gerência e coordenação das UBS por esses profissionais, os quais agregam as suas funções específicas uma série de atividades exigidas pelo cargo de coordenação. Objetivo: Caracterizar as UBS do estado do RS em relação aos recursos humanos e o perfil profissional dos coordenadores. Método: Estudo transversal com abordagem quantiqualitativa. O território em analise foi o estado do RS. Utilizou-se dados secundários do PMAQ que consistiu na pesquisa em UBS e ESF. Resultados: No conjunto dos profissionais pertencentes a equipe mínima de AB preconizada pela PNAB, apenas 64,8% das equipes estão completas. Em 99,7% das equipes o enfermeiro está presente, em 98,8% o ACS, e 95,9% o médico. Dos profissionais, 48,3% atuam na mesma equipe há no máximo 1 ano, e 24,6% não possuem pós-graduação. Dentre os que possuem pós-graduação, a área do conhecimento Saúde da Família foi citada em 60,7% das vezes. Das 786 equipes avaliadas, em 82,8% entrevistou-se os coordenadores. Desses, 97% são Enfermeiros, dos quais 81,3% possuem pós-graduação, e destes, 49,9% em Saúde da Família. Aproximadamente 37% dos coordenadores enfermeiros atuam na mesma equipe há no máximo 1 ano. Conclusão: A interrogação proposta é se a graduação tem a capacidade de desenvolver habilidades profissionais para a atuação imediata no mundo do trabalho, em uma modelo de organização do processo de trabalho no qual se tem a expectativa da produção de inovações e transformações do cotidiano, como é o caso da ESF. As áreas do conhecimento cujos conteúdos temáticos proporcionam maior aproximação com a organização do sistema de saúde e dos serviços de saúde da AB são a Saúde da Família e a Saúde Pública/Coletiva. Considerando que a oferta de vagas para a formação nessas áreas é também recente, pode-se considerar que as capacidades profissionais desenvolvidas pelos cursos nessas áreas é um atributo associado, de alguma forma, à assunção de cargos de coordenação. Essa tendência nos fala diretamente da profissão e da capacidade profissional para a AB, que deveria ser desenvolvida na graduação da enfermagem e nas ofertas de formação complementar. Além da educação formal, a existência de iniciativas de educação permanente em saúde, aproveitando-se inclusive as diferentes experiências profissionais da equipe, poderia representar um bom mediador para essa situação.
Palavras-chave
PMAQ, formação, atenção básica