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VER-SUS/BRASIL/FORTALEZA - VISITA A UMA COMUNIDADE INDÍGENA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Resumo
Experiência de uma participante do VER-SUS, durante visita à aldeia dos Pitaguary em Maracanaú/CE. O projeto permite que universitários da área da saúde realizem estágios de vivência, para conhecer diferentes realidades do SUS em período de imersão exclusiva. A vivência da versão inverno ocorreu em Fortaleza. Foram realizadas visitas nas áreas de saúde no campo, saúde indígena, atenção primária, secundária e terciária, movimentos sociais e locais que realizam práticas alternativas e integrativas de saúde. Dentre as visitas destacou-se a que ocorreu na comunidade indígena, abordada nesse relato de experiência. Objetivou-se relatar a vivência de uma universitária participante do VER-SUS em uma aldeia indígena identificando os sistemas de apoio à saúde oferecidos e refletindo sobre o conceito de saúde, a cultural indígena e a ação do SUS. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: As instituições que apoiam a saúde identificadas foram o Polo Base de Saúde Indígena e o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS). O Polo Base dispõe de agentes comunitários de saúde, enfermeira, dentista, médico, técnica de saúde bucal e de saneamento. Sua estrutura física é adequada. O ambiente é agradável e acolhedor. Oferece serviços diferenciados, como coleta de exames laboratorias e funciona em dias úteis. Existe uma grande interação entre os profissionais e os indígenas, demonstraram bom convívio e que a comunidade necessita de atendimentos especiais para responder a suas demandas particulares. O atendimento e trabalho em equipe é organizado e planejado, o paciente pode ser atendido em qualquer horário. O CRAS é formado por profissionais do serviço social, terapia ocupacional e fisioterapia. Existem grupos de apoio a adolescentes, idosos e grupos de prevenção ao uso de drogas. Quanto à cultura do povo indígena, observaram-se algumas dificuldades em preservá-la em meio ao avanço do mundo contemporâneo. Em relação à espiritualidade, pela disseminação do protestantismo entre os integrantes da comunidade, diminuiu o culto aos antigos deuses, especialmente nas novas gerações.EFEITOS ALCANÇADOS: Identificou-se uma nova perspectiva sobre o conceito de saúde, que na graduação fica limitada às ações realizadas para cuidar de doenças, além de trabalhar em equipe multiprofissional. Percebeu-se que os movimentos sociais, de organização laboral ou de valorização cultural também representam saúde.Percebemos que o SUS consegue cumprir seu papel de apoio à comunidade indígena em suas necessidades de saúde, pois fornece os recursos e profissionais, sem impor uma modificação nos hábitos culturais desses indivíduos. A comunidade demonstrou conhecimento sobre seus direitos dentro da política do índio e adequada coesão social. RECOMENDAÇÕES:A viagem foi cansativa, mas importante para conhecer uma cultura, que apesar de fragilizada, permanece no olhar de cada um, suscitando na aluna o desejo de trabalhar posteriormente com comunidades semelhantes.
Palavras-chave
(população indígena; sistema único de saúde; participação social)
Referências
FERLA, A. A.; RAMOS, A. S.; LEAL, M. B.; CARVALHO, M. S. Caderno de texto do VER-SUS/Brasil. Porto Alegre: rede unida, 2013.