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Introdução: Hanseníase é uma doença infecto-contagiosa crônica de fácil diagnóstico e tratamento, mas ainda se constitui um agravo de elevada magnitude no Brasil. A meta de eliminar a doença até 2015 - um dos objetivos do Milênio traçados pela Organização Mundial de Saúde e do Pacto pela Vida – encontra-se limitada por dificuldades para a oferta de cuidados na Atenção Básica (AB), coordenados com as ações e diretrizes do Programa Nacional de Eliminação da Hanseníase (PNEH). Objetivo: Este projeto teve por objetivo analisar os desafios para o enfrentamento da hanseníase na AB e propor estratégias de superação das mesmas, a partir da visão dos enfermeiros destes serviços. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa de natureza exploratório-descritiva, realizada em duas etapas com os enfermeiros da atenção básica: (1) entrevistas semi-estruturadas, a partir das diretrizes do PNEH, considerando especificidades de suas dimensões programáticas (I. evitar o caso para controle da transmissão; II. manejo do caso para evitar óbitos e sequelas e III. promoção da saúde e qualidade de vida) e os eixos de cuidado para atuação dos enfermeiros na atenção básica (I. vigilância e prevenção; II. assistência clínica; III. gestão e gerenciamento e IV. educação em saúde); e (2) grupo focal, com discussão grupal com dois objetos centrais: dialogar os dados da primeira etapa com a rede assistencial e construir coletivamente estratégias de enfrentamento dos desafios elencados pelos atores locais. O projeto foi desenvolvido em um município da baixada litorânea do Estado do Rio de Janeiro, no qual as ações do programa ainda são centralizadas em uma unidade especializada. Entre os problemas para o enfrentamento da hanseníase a partir de ações na AB, destacam-se: desafios vinculados à estrutura das unidades de AB; falta de capacidade técnica para desempenhar ações de promoção, prevenção e manejo do agravo; limites para o desenvolvimento de práticas educativas em saúde nestes serviços e desvinculação de atendimento prestado às reais necessidades da população. O debate destes problemas com o grupo de enfermeiros, participantes da primeira etapa do estudo e outros que trabalhavam na AB no momento do grupo focal, possibilitou a reflexão sobre a hanseníase como doença estigmatizante e a elaboração conjunta de estratégias para o enfrentamento dos problemas anteriormente identificados, tendo como cenário o espaço da AB e como atores os enfermeiros que trabalham neste espaço.

Hanseníase; Enfermagem de Atenção Primária; Atenção Primária à Saúde