Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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VARIAÇÕES DO COLETIVO NA SAÚDE NO BRASIL E NA ITÁLIA
Cristian Fabiano Guimaraes, Rosane Neves da Silva, Ardigò Martino

Resumo


Este estudo problematiza o modo como a noção de coletivo foi sendo construída nas práticas de saúde, tomando como campo problemático as reformas sanitárias italiana e brasileira, com a finalidade de entender a construção da saúde coletiva e os sentidos que esse termo adquire. Ao colocarmos em questão o coletivo tomando como analisador o território das lutas produzidas nos contextos reformistas da Itália e do Brasil e as práticas desenvolvidas nesses dois países no contexto atual, queremos evidenciar a descontinuidade provocada no plano do saber que tais movimentos produziram e sustentar a potência do coletivo como movimento de criação e resistência no universo da saúde. Assim, procuramos cartografar a dimensão “subversiva” do coletivo nas reformas italiana e brasileira, para perceber em que práticas de saúde o movimento instituinte e de produção do comum pode se efetuar. Partimos da análise da construção da saúde coletiva, desnaturalizando os diferentes sinônimos utilizados para caracterizar o coletivo: população, grupo ou sociedade civil. Ao problematizarmos o conceito de coletivo, foi possível abrir espaço para a dimensão instituinte das práticas no universo da saúde, para além das suas variações habituais (coletivo=população e coletivo=grupo ou sociedade civil). Nesse sentido, foi possível perceber que o coletivo é plano instituinte e forma instituída, levando à pergunta: o que é e quais formas de expressão do coletivo como potência existem no campo da saúde? Com a investigação do coletivo no contexto mais geral da medicina social na Itália e da saúde coletiva no Brasil, procuramos analisar as tensões produzidas no campo da saúde, tomando como ponto de partida da nossa cartografia o olhar genealógico sobre as práticas dos movimentos reformistas nesses dois países e das experiências concretas de gestão no Servizio Sanitario Nazionale (Itália) e no Sistema Único de Saúde (Brasil). Sustentar a potência do coletivo enquanto produção do comum no campo da saúde nos parece ser a condição de inovações nesse território, de modo que pensar práticas coletivas no território da saúde significa promover a expressão do coletivo como potência no cuidado, na gestão ou nas práticas de educação permanente em saúde.

Palavras-chave


saúde coletiva; epistemologia; genealogia

Referências


Sem citações.