Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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A POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE E A POSSIBILIDADE DE AÇÕES REAIS PARA A TRANSFORMAÇÃO E VALORIZAÇÃO DOS SUJEITOS NOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO DO CUIDADO
Simone de Oliveira Paixã£o

Resumo


A necessidade de pesquisar sobre o atual tema nasceu da vivencia profissional na área da saúde, em nossa experiência observamos nas instituições que trabalhamos que a iniciativa de educação permanente resumia-se aos treinamentos programados e quase sempre sem a participação efetiva, presencial e que o enfoque é voltado para a estratégia e não para o sujeito que produz o cuidado. A proposta deste trabalho é avaliar e repensar a ação das esferas de gestão na área da Educação na Saúde. Objetivo: elencar os diferentes enfoques que orientam a política nacional de educação permanente em saúde como ferramenta para transformação dos sujeitos produtores do cuidado. Questão norteadora: A política nacional de educação permanente em saúde pode ser operacional na atual conjuntura política/social e administrativa das unidades públicas de saúde no Estado do Rio de Janeiro? A Educação Permanente é aprendizagem no trabalho, onde o aprender e o ensinar se incorporam ao cotidiano das organizações e ao trabalho. A educação permanente se baseia na aprendizagem significativa e na possibilidade de transformar as práticas profissionais. A educação permanente pode ser entendida como aprendizagem-trabalho, ou seja, ela acontece no cotidiano das pessoas e das organizações. Os processos de educação permanente em saúde têm como objetivos a transformação das práticas profissionais e da própria organização do trabalho. O cenário político atual do profissional da saúde nas redes públicas submetido à tensão das privatizações, do salário diferenciado, e da tentativa de desvalorização da identidade do servidor público na saúde, pode contribuir para reforçar a imagem centrada no profissional sem condições de investimento para educação permanente e da saúde como mercadoria. Este cenário ressalta a degradação do eixo: profissional da saúde – educação permanente – projetos de vida, tendo como reflexo modificações na estrutura social do profissional. As proposições da Reforma Sanitária brasileira compreendem as responsabilidades do Estado e da própria sociedade na garantia do direito à saúde. A política Nacional de Educação Permanente em Saúde explicita a relação da proposta com os princípios e diretrizes do SUS. Uma cadeia de cuidados progressivos à saúde supõe a ruptura com o conceito de sistema verticalizado para trabalhar com a idéia de rede. Embasados neste pensamento de ruptura dos atuais paradigmas, de acessibilidade ao sistema e a transformação da prática, da necessidade do cuidado frente ao imediatismo, aos interesses pontuais de ensino, de visão instrumental para a educação objetivando os fins e esquecendo os meios como parte de substancial importância para as mudanças institucionais com a participação dos sujeitos e de suas memórias institucionais para então realmente gerar ação de capacitação que implique em processo de educação permanente em saúde.

Palavras-chave


política nacional de educação permanente; saúde; cuidado

Referências


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