Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO SITUACIONAL COMO FERRAMENTA NA HUMANIZAÇÃO DA DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS NO ÂMBITO DO SUS
Ana Carolina de Oliveira Gonã§alves

Resumo


A farmácia distrital da UAPS Niterói, em Divinópolis-MG, atende cerca de 5 mil pacientes/mês, mas a infraestrutura do espaço é completamente inadequada para o atendimento a população. Esta era uma impressão da equipe de trabalho. Propôs-se então a realização de um levantamento dos problemas da referida farmácia, juntamente com a população e a gestão do serviço de saúde. Após este levantamento, os problemas receberam notas de acordo com vários critérios. O problema que obteve a maior nota foi considerado o mais relevante. Conforme o esperado, a precariedade da infraestrutura somou mais pontos. Não há espaço para os pacientes aguardarem o atendimento, o número de cadeiras é insuficiente e os usuários ficam expostos às condições climáticas, uma vez que apenas uma parte do corredor estreito que serve de sala de espera tem cobertura. Além disto, não há guichês para dispensação e os pacientes são atendidos através de uma janela com grades. Diante deste levantamento, o planejamento estratégico situacional foi a metodologia aplicada para a resolução do problema. Os atores envolvidos no processo (população, gestão e trabalhadores) construíram um diagrama, conhecido como “espinha de peixe” para análise do problema, levantando causas e consequências do mesmo e vislumbrando um cenário considerado ideal. Deste processo, surgiram importantes questionamentos como o prejuízo ao uso racional de medicamentos e também a relação entre precariedade da infraestrutura e a humanização (falta de) do atendimento. De posse deste levantamento, foram traçadas estratégias para a resolução do problema, o que culminou com a criação de um projeto de reforma da unidade de saúde em que a farmácia esta inserida. A experiência torna-se relevante quando comprova a eficiência do controle social e da gestão compartilhada. O que era julgado apenas como uma infraestrutura precária refletia outros problemas. Em um espaço de discussão coletiva, em prol da resolução de um problema considerado relevante por todos, as demandas que não podem ser mensuradas numericamente, como respeito, conforto, qualidade da informação foram evidenciadas, o que reforçou a necessidade da busca por um atendimento mais humanizado, fato que ainda é pouco discutido dentro da assistência farmacêutica, mais especificamente, na dispensação de medicamentos.

Palavras-chave


Participação social; Gestão; Trabalho