Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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SAÚDE MENTAL E PROTAGONISMO SOCIAL: A CONSTITUIÇÃO DE GRUPOS SUJEITOS A PARTIR DO DIÁLOGO COLETIVO
Ana Karenina de Melo Arraes Amorim, Ana Kalliny de Sousa Severo

Resumo


O processo de desinstitucionalização em saúde mental no município de Natal/RN encontra inúmeros desafios dentre os quais destacamos o efetivo trabalho de resinserção social e a participação social dos usuários nos espaços de decisórios no Sistema Único de Saúde, uma vez que são restritos os espaços de diálogo e co-gestão entre trabalhadores, usuários e familiares nos serviços substitutivos, tais como as assembléias. Além disso, as pesquisas tradionalmente realizadas não têm convidado a análise da implicação dos principais atores no processo de desinstitucionalização, o que contribuiria de modo mais efetivo com movimentos instituintes no campo da saúde mental. Por isso, esta experiência tem funcionado com o objetivo de propiciar a ampliação da participação dos usuários e trabalhadores da rede de saúde mental no diálogo e análise em torno das dificuldades vivenciadas por esses sujeitos na rede de saúde. Para tanto, com uma abordagem qualitativa e participativa, temos utilizado aportes teórico-metodológicos da análise institucional, seguindo os procedimentos: 1ª) escolha coletiva dos temas a serem discutidos no grupo; 2ª) leitura e discussão de textos 3ª) discussão das experiências vivenciadas nos serviços substitutivos. Os encontros estão sendo semanais e acontecendo no ano de 2013, nas dependências da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com a participação de pesquisadores, estudantes, usuários e trabalhadores da rede de saúde mental. Neles, destacamos como analisadores no processo de reinserção: 1) a tensão entre usuários e trabalhadores dos serviços de saúde mental; 2) os projetos de vida dos usuários e seu envolvimento com os serviços substitutivos; 3) o processo político municipal e a precarização da assistência nos serviços de saúde; 4) o papel da Universidade no movimento de participação social dos usuários. Até o momento, para os usuários, esse grupo tem sido vivenciado como um espaço de ampliação de conhecimento e sobre as dificuldades dos vivenciadas pelos trabalhadores de saúde mental e dos desafios políticos da realidade local, o que tem também aumentado sua participação nos espaços de mobilização social em saúde mental na cidade. O grupo tem propiciado a análise das implicações dos diferentes sujeitos a partir dos diferentes lugares institucionais, possibilitando maior reflexão e desalienação em relação às situações vivenciadas, tornando o grupo mais sujeito e protagonista no campo da saúde mental coletiva.

Palavras-chave


Saúde Mental; Participação Social; Reforma Psiquiátrica; Grupos-sujeitos