Tamanho da fonte: 

O Ministério da Saúde define acolhimento como uma ferramenta tecno-assistencial, em que o usuário é sujeito ativo no processo de produção de saúde, sendo mediada por parâmetros técnicos, éticos, humanitários e de soli­dariedade. O acolhimento existente na unidade de saúde tem o papel primordial de superar dificuldades e vincular o usuário ao serviço. O presente trabalho apresenta por objetivo mostrar uma estratégia de acolhimento para sistematizar o atendimento odontológico em uma Unidade Básica de Saúde no município de Horizonte-Ce. A metodologia traçada consiste em duas etapas. A primeira visa realizar uma atividade educativa e escovação supervisionada, enquanto a segunda objetiva a distribuição, pela auxiliar em saúde bucal (ASB), de identificadores coloridos para classificação de risco entre os pacientes, oriundos de demanda livre e programada, que aguardam pelo atendimento odontológico na Unidade Básica de Saúde. A classificação é baseada nos procedimentos mais realizados no consultório, incluindo a primeira consulta, a extração dentária, raspagem, restaurações e urgências. Os identificadores são enumerados, possibilitando estabelecer prioridades como gestantes, idosos, crianças e lactentes. Essa estratégia de acolhimento permite que o cirurgião-dentista identifique as necessidades dos pacientes, além de organizar o fluxo de atendimento de modo que o profissional tenha controle do tempo, materiais a serem utilizados, sequência de entrada dos pacientes. Acredita-se que o acolhimento, além de facilitar o vínculo entre profissional/paciente, estimula a autonomia e a cidadania, pois promove a participação e a equidade, além de eleger as necessidades clínicas prioritárias. Portanto, a organização da demanda que necessita de intervenção clínica odontológica é sempre um dilema para gestores e profissionais de saúde bucal, necessitando elaborar estratégias para reduzir a demanda reprimida presente.