Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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COLEGIADO GESTOR LOCAL: DESAFIOS E POSSIBILIDADES PARA ESF NO CMS DR. RODOLPHO PERISSÉ
Nair Saraiva Saraiva de Almeida

Resumo


O Colegiado Gestor Local (CGL) nas unidades da Estratégia Saúde da Família (ESF) surgiu como proposta da Secretaria Municipal e Defesa Civil do Rio de Janeiro em 2011 para implementar política de gestão participativa na ESF. Sabemos que o CGL é uma instância democrática de participação da comunidade no controle social dos SUS, garantida a partir da Constituição Federal de 1988. A ESF prioriza o fortalecimento da participação comunitária, tendo como base os conselhos locais de saúde Implantar o colegiado gestor local na ESF para discutir com a comunidade os determinantes saúde doença, tendo em vistas estratégias de ação local, para promover a organização dos serviços dentro da abordagem integral, intersetorial, incluindo a comunidade no debate dos determinantes saúde/doença Em 2012, a Coordenação de Aérea Programática (CAP 2.1) elegeu uma Unidade da ESF – o CMS Dr. Rodolpho Perissé do Vidigal para iniciar a experiência. A proposta de CGL foi lançada por meio de apresentação em PowerPoint, primeiro passo para entrada do colegiado no Vidigal. O local também foi o primeiro a hospedar oficina, entre os profissionais, sobre tal tema. Nessa oficina os profissionais da ESF puderam desenhar ou escrever palavras, em quadro ou papel, que marcaram a sua trajetória, em consonância com a sua relação com a comunidade. Tiveram discussões em grupo sobre como seria a participação de cada um, dentro do colegiado; e em que momento aconteceria a participação da comunidade dentro das unidades Embora os profissionais admitam a importância de inclusão da comunidade nos debates, ao mesmo tempo mantiveram a preocupação com presença física da população nas unidades visto que, nessas ocasiões, a comunidade tem a oportunidade de lançar críticas ao trabalho deles. Nas oficinas para implantação, ainda surgiram discussões sobre outros temas como respeito; empatia; experiência; acolhimento; participação. Nos encontros, os profissionais trocaram ideias, sugestões de como o trabalho das equipes poderia ser mais eficaz, bem como implementar ações novas, que pudessem responder aos anseios da comunidade. Eis aí o grande desafio: incorporar esse aprender ao cotidiano das equipes, tendo como referência as necessidades de saúde da população e, ao mesmo tempo, transformando as práticas profissionais e da própria organização do trabalho A experiência da CGL naquela unidade foi inspiradora para a CMS Vila Canoas (ESF) onde, em 2012, outro colegiado foi implantado, também com sucesso. Nossa conclusão é que as experiências do CGL trouxeram melhora na qualidade da atenção à saúde. Essas reuniões são espaços coletivos, ricos em interações e conflitos, mas também de trocas de outras formas, conhecimentos e saberes.

Palavras-chave


Intersetorialidade, Controle Social

Referências


Carvalho, A.I. (1995). Conselhos de saúde no Brasil: participação cidadã e controle social. Rio de Janeiro: IBAM/ FASE.Ministério da Saúde
Secretaria de Atenção à Saúde
Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão
do SUS.
Gestão participativa e cogestão / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Política Nacional de
Humanização da Atenção e Gestão do SUS. – Brasília : Ministério da Saúde, 2009.
56 p. : il. color. – (Série B. Textos Básicos de Saúde)
ISBN 978-85-334-1586-7
1. Humanização do atendimento. 2. Saúde Pública. 3. Gestão do SUS.