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Este trabalho relata o percurso de um projeto de extensão universitária que vem sendo realizado pela Unifesp Baixada Santista na região Noroeste de Santos. Cenário de grande vulnerabilidade social, a região tem cerca de 120 mil habitantes e é caracterizada por ser um território de desigualdades. Este projeto busca identificar grupos e pessoas, bem como mostrar as relações que estabelecem entre si e como se articulam para desenvolver ações coletivas que interferem nas condições de vida. A perspectiva metodológica é participativa e pressupõe o envolvimento permanente de todos os atores envolvidos. Em 2009 e 2010 foi realizado um estudo do tecido social que permitiu o reconhecimento das lideranças locais. A etapa seguinte consistiu na construção de narrativas dessas lideranças, quando foram registrados o percurso político, a história de vida, desejos, inserção na rede de instituições locais, ações e problemas da região. Em 2011 foram realizadas Oficinas Participativas que tiveram o intuito de proporcionar um espaço de discussão, troca e estímulo ao diálogo entre esses atores sociais. Os temas identificados pelos participantes giraram em torno da relação entre as lideranças/militantes e o poder público, organização para a cidadania e identificação coletiva dos principais problemas que afetam a todos. Os resultados apontaram um discurso que evidencia o desejo de participar, mas a prática mostra que a consolidação de espaços de participação e de negociação de conflitos é ainda um grande desafio a ser enfrentado. Todavia, mostra também que as pessoas não estão alheias aos problemas de seu cotidiano. A partir de 2012 incorporamos outros mecanismos de envolvimento da comunidade e o uso de dispositivos audiovisuais para a elaboração de um documentário da região a partir da percepção de seus moradores. Com isso, vimos a rede se ampliar e detectamos uma rede antes não encontrada, o que possibilitou conhecer uma “nova noroeste” a partir do olhar de quem habita seu território. As Oficinas de preparação do documentário vêm sendo realizadas no Bairro da Alemoa, nos finais de semana, com crianças e jovens que querem mostrar sua visão de região. As avaliações permitem constatar que em sido criado um forte vínculo com as pessoas do território.  Nos faz ver, também, que na lógica da defesa da saúde ainda temos muito que aprender sobre o fortalecimento da democracia e da cidadania e sobre as relações em rede de distintos atores sociais.

redes sociais, participação, território