Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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CIRCULAÇÃO DE PODERES NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NUM DOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
Heleticia Scabelo Galavote, Amanda Del Caro Sulti, Ana Cláudia Pinheiro Garcia, Fernanda Nascimento Gomes, Paula Freitas, Rita de Cássia Duarte Lima

Resumo


Introdução: Os gestores são peças fundamentais na construção de modelos de gestão que sejam capazes de contribuir para a construção de saúde e constituição de sujeitos que tenham seus projetos pessoais articulados com a responsabilização na construção de um modelo de atenção que cumpra os princípios do SUS. Objetivo: O estudo tem como objetivo analisar a forma como é produzida a gestão na Estratégia Saúde da Família (ESF) num dos municípios da Grande Vitória - ES e identificar a dinâmica das relações de poder na produção cotidiana da gestão do trabalho na ESF. Metodologia: Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa. Foi utilizado como instrumento para a coleta de dados a observação direta de uma equipe da ESF, a construção de um diário de campo e entrevistas individuais semiestruturadas com os gestores (secretário municipal de saúde, coordenador da atenção básica, integrante do núcleo da ESF e coordenador de unidade de saúde da família) da ESF desse município. Os resultados apontam que a concepção de gestão predominante é relativa à administração aonde a gestão vem de gerir, planejar e administrar, além da proposição de que o gestor tem que “dar conta” de tudo o que acontece no setor de trabalho, assim, o cotidiano de trabalho, na fala de um dos gestores é o de “apagar incêndio”. O planejamento no dia a dia fica aquém do necessário. Para os profissionais, a gestão se refere aos indicadores que orientam o processo de trabalho das equipes. As informações obedecem a uma hierarquia e, mesmo as propostas para uma gestão compartilhada, a partir do colegiado gestor, são impostas e, muitos dos profissionais não sabem o porquê de estarem participando daquele espaço. Nesse sentido, observa-se que os profissionais ainda são vistos como um recurso necessário à organização. No cotidiano da gestão, os processos decisórios no interior das instituições, assim como a capacidade de dar direcionalidade ao processo de trabalho de saúde, configuram-se como uma das instâncias de poder decorrentes deste processo. Além disso, observa-se que quando as atividades voltadas para as tomadas de decisão são centradas no papel do gestor formal na instituição de saúde, tem-se um estilo de governar tradicional ainda pautado na Racionalidade Gerencial Hegemônica.

Palavras-chave


gestão em saúde; Programa Saúde da Família; Recursos Humanos em Saúde.

Referências


FAPES