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CIRCULAÇÃO DE PODERES NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NUM DOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
Resumo
Introdução: Os gestores são peças fundamentais na construção de modelos de gestão que sejam capazes de contribuir para a construção de saúde e constituição de sujeitos que tenham seus projetos pessoais articulados com a responsabilização na construção de um modelo de atenção que cumpra os princípios do SUS. Objetivo: O estudo tem como objetivo analisar a forma como é produzida a gestão na Estratégia Saúde da Família (ESF) num dos municípios da Grande Vitória - ES e identificar a dinâmica das relações de poder na produção cotidiana da gestão do trabalho na ESF. Metodologia: Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa. Foi utilizado como instrumento para a coleta de dados a observação direta de uma equipe da ESF, a construção de um diário de campo e entrevistas individuais semiestruturadas com os gestores (secretário municipal de saúde, coordenador da atenção básica, integrante do núcleo da ESF e coordenador de unidade de saúde da família) da ESF desse município. Os resultados apontam que a concepção de gestão predominante é relativa à administração aonde a gestão vem de gerir, planejar e administrar, além da proposição de que o gestor tem que “dar conta” de tudo o que acontece no setor de trabalho, assim, o cotidiano de trabalho, na fala de um dos gestores é o de “apagar incêndio”. O planejamento no dia a dia fica aquém do necessário. Para os profissionais, a gestão se refere aos indicadores que orientam o processo de trabalho das equipes. As informações obedecem a uma hierarquia e, mesmo as propostas para uma gestão compartilhada, a partir do colegiado gestor, são impostas e, muitos dos profissionais não sabem o porquê de estarem participando daquele espaço. Nesse sentido, observa-se que os profissionais ainda são vistos como um recurso necessário à organização. No cotidiano da gestão, os processos decisórios no interior das instituições, assim como a capacidade de dar direcionalidade ao processo de trabalho de saúde, configuram-se como uma das instâncias de poder decorrentes deste processo. Além disso, observa-se que quando as atividades voltadas para as tomadas de decisão são centradas no papel do gestor formal na instituição de saúde, tem-se um estilo de governar tradicional ainda pautado na Racionalidade Gerencial Hegemônica.
Palavras-chave
gestão em saúde; Programa Saúde da Família; Recursos Humanos em Saúde.
Referências
FAPES