Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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A RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE E A DESINSTITUCIONALIZAÇÃO: O DESPERTAR EM BUSCA DA CIDADANIA DO PORTADOR DE TRANSTORNO MENTAL
Debora Maria Goncalves Ferreira, Cristianne Cunha da Silva, Maria Andreia Pereira, Nara Iury Oliveira Silva, José Hildemar Teles Gadelha, Eugenia Maria Gregorio Pereira, Ana Carolina da Costa Araujo, Joao Robson Macedo Barbosa, Lidiane Luzia de Araujo Fernandes, Waleska Fernandes de Oliveira Sobreira, Aline Sampaio

Resumo


Caracterização do problema: Ao lado de perguntas tradicionais sobre saúde e doença, o mundo contemporâneo também se pergunta sobre o porquê da deteriorização da psique. F. GUATTARI (1998a, p 23) afirmou que as relações da humanidade com o socius, com a psique e com a natureza tendem, com efeito, a se deteriorar cada vez mais (...)”. Por que tantas pessoas são acometidas por males da mente? Por que tantas pessoas entram em processos depressivos? O psicólogo Victor FRANKL (2003) tinha razão quando disse que os sintomas básicos da neurose atual são: a depressão, agressão, adicção e inflação. Doenças psicológicas, violência, dependência às drogas, e uso enlouquecido da capacidade sexual. Para o referido autor, estamos na época das “(...)frustrações existenciais” (FRANKL (2003, p. 10). Esses males que atingem nosso corpo estão cada vez mais claros em sua ligação com a nossa forma mental de existência. Descrição da Experiência: Este trabalho analisa a situação a sociedade global, reconhecendo que é a partir de uma observação mais ampliada que se deve olhar o mundo. Questiona a problemática da saúde e da saúde mental na contemporaneidade. Discute sobre o processo de desinstitucionalização, pensando nos portadores de transtornos mentais, levando em consideração a condição de preconceitos a que eles estão submetidos. Busca ainda compreender porque as famílias dos usuários portadores de transtornos mentais não se empenham no processo de reinserção social dos mesmos. Reconhece a necessidade de desenvolver o protagonismo dos portadores de transtornos mentais e de suas famílias, visando uma nova construção do processo de cidadania. Efeitos Alcançados: A situação que é imposta à família na convivência diária com a pessoa com distúrbio psicológico torna claro a falta de preparo na resolutividade dos entraves gerados pelos momentos de crises. Bem, na falta de resolução satisfatória, a família opta, no comum, por internamentos, prevalecendo a busca pela contenção através das instituições hospitalares. Recomendações: O CAPS quer ajudar a sociedade a conviver com aquilo que ela própria produziu: a loucura humana, também tenta investir nas possibilidades protagonistas dos portadores de transtornos. Está claro que para isso, o CAPS vai necessitar desmontar a cultura do internamento, criando assim uma nova cultura do convívio e do respeito à pessoa com afetação mental severa.

Palavras-chave


Saúde e saúde mental; Desinstitucionalização; Reinserção social, família e cidadani

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