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INFLUÊNCIA DA FORMAÇÃO E EDUCAÇÃO PERMANENTE NA ASSISTÊNCIA AOS GRUPOS VULNERÁVEIS
Resumo
Introdução: os trabalhadores da Atenção Básica em Saúde (AB) desempenham papel crucial nas práticas de promoção da saúde e no atendimento à população, incluindo os indivíduos em situações de vulnerabilidade, isto é, expostos a fatores determinantes dos agravos à saúde1. As demandas e singularidades dos grupos vulneráveis implicam em desafios quanto à maneira de conduzir uma assistência a eles direcionada, o que denota a importância de subsídios teóricos e estruturais oriundos do processo formativo. Objetivo: identificar como os processos de formação profissional e Educação Permanente em Saúde têm orientado na assistência aos grupos populacionais vulneráveis. Método: pesquisa descritiva, qualitativa, da qual participaram 15 profissionais de saúde, entre médico, enfermeiro, técnico ou auxiliar de enfermagem, de cinco cenários da AB que assistiam populações vulneráveis em um município da região Oeste do Estado de Santa Catarina, selecionados mediante critérios de inclusão, exclusão e saturação de dados. Os cinco cenários foram: Unidade Básica Tradicional, Estratégia de Saúde da Família urbana, rural e em terra indígena, e o Centro de Apoio Psicossocial II. Para coleta de dados utilizou-se de entrevista, analisada à luz de Bardin2. O projeto foi aprovado no Comitê de Ética da Universidade do Estado de Santa Catarina, nº 149.244/2012. Resultados: a maioria dos profissionais afirma que na sua formação foi abordado algum referencial sobre vulnerabilidade, contudo alguns não discutiram a temática, justificando ser a formação voltada à área hospitalar. Tal fato associa a vulnerabilidade exclusivamente com a AB e revela fragilidades na compreensão do tema. A vivência profissional mostrou-se como a principal orientadora da prática, embora a Educação Permanente e a Continuada em saúde foram mencionadas como estratégias que qualificam a assistência. O distanciamento entre teoria e prática foi evidente, bem como a dificuldade de desenvolvimento da práxis coerente com as necessidades desses grupos. Observou-se a existência de processos de capacitação voltados principalmente as Doenças Crônicas e drogas, entretanto há falta de periodicidade destas atividades e a dificuldade em participar. Conclusão: a vulnerabilidade foi contextualizada na formação dos profissionais, contudo, majoritariamente de forma teórica, desarticulada a prática. Assim, a formação dos sujeitos que atuam no Sistema Único de Saúde, quanto a temática, emergiu como necessária no contexto da AB.
Palavras-chave
Vulnerabilidade; Atenção Primária à Saúde; Processo de Trabalho em Saúde; Ensino;
Referências
- SILVA, N.E.K.; ALVARENGA, A.T.; AYRES, J.R.C.M. Aids e Gravidez: os sentidos do risco e o desafio fazer cuidado. Rev. Saúde Pública, 2006; 40(3): 474-481.
- BARDIN, L. Análise de conteúdo. Tradução: Luis Antero Reto e Augusto Pinheiro. Lisboa: Edições 70; 2009.