Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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A SATISFAÇÃO DO TRABALHADOR IMPLICA NA QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA EM ONCOLOGIA?
Maiara Bordignon, Letícia de Lima Trindade, Lucimare Ferraz, Tania Maria Ascari, Sílvia Fátima Ferraboli

Resumo


Introdução: a relação da (in)satisfação com a qualidade da assistência prestada ao paciente tem sido discutida nos últimos tempos, acreditando-se que a subjetividade do trabalhador implica no desempenho do seu trabalho e na sua produtividade1. Tal fato se acentua à medida que os trabalhadores prestam assistência na área da saúde aos pacientes crônicos e críticos, a exemplo, os em tratamento de câncer2. Objetivos: conhecer como os profissionais da saúde associam a (in)satisfação no trabalho com a qualidade da assistência por eles prestada ao paciente oncológico e sua família. Método: pesquisa qualitativa, de cunho exploratório e descritivo, realizada com 31 profissionais de saúde que prestam assistência direta ao paciente na Unidade de Internação Oncológica em um Hospital do Estado de Santa Catarina, a saber: um assistente social, dois enfermeiros, um fisioterapeuta, um fonoaudiólogo, três médicos, um nutricionista, um psicólogo e 21 técnicos em enfermagem, estes que correspondem a maior força de trabalho em saúde. Com auxílio de um roteiro semi-estruturado, foram realizadas entrevistas individuais e observação não-participante, analisadas conforme a Análise Temática de Bardin3. A aprovação do estudo ocorreu no Comitê de Ética da Universidade do Estado de Santa Catarina, sob nº 275.106/2013. Resultados: para 84,4% dos profissionais a (in)satisfação influenciam na assistência prestada, isso porque quando satisfeitos buscam oferecer uma assistência de maior qualidade, identificada na busca pelo conhecimento, melhor desempenho e prestação de assistência técnica, holística e integral. Quando insatisfeitos a assistência é afetada pelo pouco tempo disponível para o cuidado em decorrência da sobrecarga de trabalho ou pelo descontentamento vivenciado diante da não efetividade do trabalho em equipe e descomprometimento de alguns profissionais com a assistência. Para 30% dos pesquisados as insatisfações, então relacionadas ao sentimento de impotência sobre a condição de saúde do usuário e à vivência do óbito, não influenciam na assistência por eles prestada. Conclusão: a satisfação no trabalho difere de um trabalhador para outro, bem como suas implicações na prática assistencial. Assim, a satisfação pode ser decisiva para prática profissional de alguns indivíduos, mas esta não repercute em todos os sujeitos do mesmo modo e intensidade, revelando-se num fenômeno singular.

Palavras-chave


satisfação no trabalho; oncologia; garantia da qualidade dos cuidados de saúde

Referências


  1. JEONG, D. J. Y; KURCGANT, P. Fatores de insatisfação no trabalho segundo a percepção de enfermeiros de um Hospital Universitário. Rev Gaúcha Enferm, Porto Alegre (RS), 2010; 31(4): 655-661.
  2. GLANZNER, C. H.; OLSCHOWSKY, A.; KANTORSKI, L. P. O trabalho como fonte de prazer: avaliação da equipe de um Centro de Atenção Psicossocial. Rev Esc Enferm USP, São Paulo, 2011; 45(3): 716-721.
  3. BARDIN, L. Análise de conteúdo. Tradução: Luis Antero Reto e Augusto Pinheiro. Lisboa: Edições 70; 2009.