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Introdução: A sífilis é caracterizada como doença sexualmente transmissível, causada por uma espiroqueta, o Treponema pallidum, cuja transmissão se faz pelo contato sexual e por via transplacentária. A Sífilis Congênita (SC), considerada um problema de saúde pública, é resultado da disseminação hematogênica do treponema da gestante infectada não tratada ou inadequadamente tratada para o concepto por meio placentário (MESQUITA et al.2012). Essa forma de transmissão, caracterizada como vertical, pode ocorrer em qualquer fase gestacional ou estágio da doença. No Estado do Ceará, a realidade é semelhante à nacional quanto à incidência desse agravo, pois entre os anos de 2001 e 2006 foram notificados 1.203 casos, com maior incidência no ano de 2006 (COSTA et al. 2013). Objetivo: Identificar o número de casos notificados de sífilis congênita no município de Sobral, Ce, no período de 2007 a 2013. Metodologia: Pesquisa retrospectiva, quanti-qualitativa. Na abordagem qualitativa, utilizou-se a ideia interpretativa dos dados obtidos, e na quantitativa, a contabilidade dos dados permitiu uma compreensão do número de casos de SC, a partir da criação de tabelas que mostrou a situação de saúde. A pesquisa foi desenvolvida no Serviço de Vigilância Epidemiológica no período de outubro a novembro de 2013. O estudo buscou respeitar os princípios bioéticos preconizados pela Resolução 466/12. Resultados: A sífilis congênita passou a ser de notificação compulsória para fins de vigilância epidemiológica em 1986. Desde então, a identificação desses casos mostra uma possível fragilidade dos pais na adesão ao tratamento da doença ou falha na prestação dos serviços de atenção básica, caracterizando o tratamento como inadequado. A identificação dos casos na cidade de Sobral e municípios de abrangência, nos últimos anos, tem despertado preocupação no que concerne ao número crescente de notificações. Dos 32 Centros de ESF (CSF), 24 notificaram casos confirmados da doença, nos últimos 7 anos. Nessa ótica, a adesão de medidas estratégicas que ajudem no controle da sífilis favorecerá tanto o trabalho das equipes como ajudará no cumprimento de metas estabelecidas pelo Ministério da Saúde: a partir do ano de 2007 a eliminação da doença se dará do registro de até 0,5/1.000 nascidos vivos/ano, até o ano de 2015. Na realidade de Sobral, até novembro de 2013, já foram notificados 42 casos de SC, correspondendo a 15,2/1000 nascidos vivos/ano. Os valores comprovam o descontrole na situação e deixa clara a necessidade do compromisso da gestão pública na orientação e busca de soluções para essa realidade. Para prevenção e o controle da sífilis congênita é importante assistência pré-natal com diagnóstico precoce e tratamento adequado. Conclusão: O repasse desses indicadores a todas as equipes de saúde e um planejamento para a criação de estratégias de educação em saúde que também contemple as dificuldades das equipes no enfrentamento da identificação dos casos, ajudaria a esclarecer e subsidiar ações de promoção da saúde e prevenção da sífilis congênita.

incidência, sífilis, atenção básica