Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


Tamanho da fonte: 
DESAFIOS DA PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DA ECOSAÚDE NO CONTROLE DA DENGUE
Joana Mary Soares Nobre, Andrea Caprara, Ana Carolina Rocha Peixoto, Ilvana Lima Verde Gomes, Rosilea Alves de Sousa

Resumo


A Dengue é uma doença grave emergente no mundo tropical, pode estar relacionada às condições: climáticas, sociais, econômicas e ambientais, além do comportamento peculiar do indivíduo. O objetivo deste artigo foi compreender os desafios na implantação da Ecosaúde no controle da dengue em cinco agregados do município de Fortaleza. Tratou-se de uma pesquisa exploratória e descritiva com enfoque de análise qualitativa como marco conceitual do estudo multicêntrico, nesta capital, no período de junho de 2012 a junho de 2013. A fonte de coleta de dados constituiu-se dos documentos: diários de campo; entrevistas com os pesquisadores e observação da autora, a fim de agregar mais subsídios à análise de dados.  Verificou-se reduzida presença dos atores sociais neste processo, que representou desafio importante para a implantação de ecosaúde, que tem na participação social um forte aliado no controle da dengue. Outros fatores desafiantes situaram-se na ausência de lideres comunitários, atitude atrelada ao modelo biomédico, desinteresse da população. Conclui-se que a difícil mobilização em prol da participação social na abordagem de ecosaúde pode estar vinculada aos aspectos: históricos, culturais, socioeconômicos, socialização política, produção social e singularidades inerentes aos atores sociais, definitivas nas formas diferenciadas de agir no controle da dengue.

Palavras-chave


Palavras chave: Ecosaúde; Participação Social;Dengue; Aedes aegypti

Referências


ANDRADE, L.O.M. e BARRETO, I.C.C. Promoção da Saúde e Cidades/Municípios

Saudáveis: propostas de articulação entre saúde e ambiente. In: MINAYO, M.C.S. e

MIRANDA, A.C. [org.]. Saúde e Ambiente Sustentável: estreitando nós. Rio de

Janeiro: Editora da Fiocruz, 2002, p. 151-171.

 

AUGUSTO L.G.S. Saúde e Ambiente in Saúde no Brasil : contribuições para a Agenda de Prioridades de Pesquisa/Ministério da Saúde. Brasília- DF 2004.  Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Saude.pdf>. Acesso em: 28 abr. 2011.

BARRETO, M. L.; TEIXEIRA, M.G. Dengue fever: a call for local, national and International action.  Lancet, v.372, n.205, 2008.

BOBBIO, N.; MATEUCI, N.; PASQUINO, G. Dicionário de política. Brasília, Ed. UnB, 1991.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador. Saúde ambiental : guia básico para construção de indicadores / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de

Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador. – Brasília: Ministério da Saúde, 2011.

BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. Recomendações técnicas para o controle da dengue. 2008. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/ saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=23614>.. Acesso em: 20 mar. 2009.

______. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde-FUNASA. Vigilância Epidemiológica. Programa Nacional de Controle da Dengue, Instituído em 24 de julho de 2002, Brasília, 2002.

CAPRARA A. et al. Abastecimento irregular de água, seu uso domiciliar e dengue: uma pesquisa biossocial no Nordeste do Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro,  v.25,  supl.1 ,jan. Disponível em : <http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2009001300012>. Acesso em: 20 abr. 2012.

CHAME, M. Dois Séculos de Crítica Ambiental no Brasil” e pouco mudou. In: MINAYO, M.C.S.; MIRANDA, A. C. (Org.) Saúde e ambiente sustentável: estreitando nós. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2002. p.55-60.

COSTA, M. C. N; TEIXEIRA, M. G.  A concepção de “espaço” na investigação epidemiológica. Cad Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.15, p.271-279, 1999.

CORVALAN, C. et al. Ecosystems human well-being: health synthesis: a report of the Millenium Ecosystem Assessment.. Geneva: WHO, 2005.

DANTAS, V. L. A.; RESENDE, R.; PEDROSA, J. L. S. Integração das políticas de Saúde. [S.l]: [s.n], 2009.

DONADONE, J. C. e GRUN, R. Participar é preciso! Mas de que maneira? Revista Brasileira de Ciências Sociais, 16 (47): 111-125, out. 2001.

ESCOREL, S.; BLOCH, R. A. As conferências nacionais de saúde na construção do SUS. In LIMA , n et al. (Orgs.) Saúde e Democracia: história e perspectivas do SUS. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2005.

ESCOREL, S; MOREIRA, M. R. Desafios da participação social em saúde na nova agenda da reforma sanitária: democracia deliberativa e efetividade In: FLEURY, S.; LOBATO, L.V.C. (Orgs.) Participação, Democracia e Saúde. Rio de Janeiro, Cebes 2009, p. 229-247.

FORGET, G; LEBEL, J. An ecosystem approach to human health, v 7, n. 2.  Abr./jun. 2001.

FORANTINI, O. P. Ecologia, epidemiologia e sociedade. São Paulo: Artes médicas/Edusp; 1992.

FORGET, G.; LEBEL, J. an ecosystem approach to human health. International journal of Occupational and Environmental Health, Local, v.7, n.2, p.3-38,  april/june 2001.

FUNASA. Manual de saneamento. 3. ed. rev. Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2004.

FLAUZINO R.F et al. Dengue, geoprocessamento e indicadores socioeconômicos e ambientais: um estudo de revisão.  Rev Panam Salud Publica, 2009, v.25, n.5, p. 456-461, 2009. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S1020-49892009000500012>. Acesso em:       7 fev. 2012.

GÓMEZ, C.M.; MINAYO, M, C. S. Enfoque ecossistêmico de saúde: uma estratégia transdisciplinar. Revista de Gestão Integrada em Saúde do Trabalho e Meio Ambiente, v.1, n.1, ago. 2006. Disponível em: < http://www.interfacehs. sp.senac.br/br/artigos. asp?ed=1&cod_artigo=11>. Acesso em: 15 maio 2010.

GOUVEIA, N. Saúde e meio ambiente nas cidades: os desafios da saúde ambiental. Saúde e Sociedade, v.8, n.1, p. 49-61, 1999.

GUBLER, D. J.  Dengue and dengue hemorrhagic fever. Clin Microbiol Rev, v.11,                    p. 480-96, 1998.

HOUAISS, A. Dicionário houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

IBGE, Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado, 2008. Disponível em :www.ibge.gov.br/home/estatística/população/censo2008/default.shtm. Acesso em 20 de julho de 2012.

LIMA J.B.P. II Seminário dengue: desafios para políticas integradas de  ambiente, atenção e promoção da saúde, controle do Aedes aegypti e ações intersetoriais, instituto Oswaldo Cruz- FIOCRUZ, Laboratório Fisiologia e Controle de Artrópodes Vetores. 110 anos instituto Oswaldo Cruz, 2004

LOPES, T. M. T.; CORDERO,  J. L. G; ESTRDA, J. G. S.  Dimensiones culturales del dengue que favorecen o dificultan su prevencion em mexico. Rev. Panam salud Publica, v.31, n.3, 2012.

MELO, R. G.; PASQUALETTO, A. O  saneamento básico como forma preventiva da dengue em Aparecida Goiânia - GO. Universidade Católica de Goiás, Departamento de Engenharia, Engenharia Ambiental, Goiânia. Disponível em: < .http://www.pucgoias. edu.br /ucg/prope/cpgss/ArquivosUpload/36/file/Continua/O%20SANEAMENTO%20B%C3%81SICO%20COM%20FORMA%20PREVENTIVA%20DA%20DENGUE%20EM%20APARECIDA%20DE%20GOI%C3%82NIA-GO.pdf> .Acesso em: 20 abr. 2012

MINAYO, M.C.S. O Desafio do conhecimento. 6 ed. São Paulo, 2000.

MINAYO, M. C. S; MIRANDA, A. C. Estreitando nós entre a saúde e o meio ambiente. In: ______. (Org.) . Saúde e ambiente sustentável: estreitando nós. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2002b. p. 200-202.

MINAYO, M. C. S. O Desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 12 ed. São Paulo: Hucitec, 2010.

OLIVEIRA, R. M. A dengue no Rio de Janeiro: repensando a participação popular. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.14, sup. 2, p. 69-78, 2009.

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA EM SAÚDE. Enfoques ecossistêmicos em saúde: perspectivas para sua adoção no Brasil e países da América Latina. Brasilia: Ministério da Saúde, 2009. v.2.

PÁDUA, J. A. Dois Séculos de Crítica Ambiental no Brasil. In: MINAYO, M.C.S.; MIRANDA, A. C. (Org.) Saúde e ambiente sustentável: estreitando nós. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2002. p. 27-35.

PENNA, M. L. F. Um desafio para a saúde pública brasileira: o controle do dengue. Cad Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.19, p.305-309, 2003.

PORTO, M.F. S. et al. Abordagens ecossociais: pensando a complexidade na estruturação de problemas em saúde e ambiente. 2004. Disponível em:<http://www.bvsde.paho.org/bvsacd /cd25/abordagens.pdf>. Acesso em: 12 dez. 2011.

PUTNAM, R. D. Comunidade e Democracia: a experiência da Itália Moderna. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 1996.

REZENDE, K. Ações de educação na vigilância ambiental em saúde para controle da dengue no distrito de Cruzeiro dos Peixotos, Uberlãndia, MG, 2008. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Universidade de São Paulo, Faculdade de Saúde Pública, São Paulo, 2009.

REZENDE, R; DANTAS, VLA. Saúde e educação uma relação possível e necessária, ano XIX, Boletim novembro de 2009. Disponível em: portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000012177.pdf. Acesso em 10.07.2012.

ROHLFS, D. B et al. A construção da Vigilância em Saúde Ambiental no Brasil. Cad. Saúde Colet., Rio de Janeiro, v.19, n.4, p. 391-8, 2011.

ROZEMBERG, B. Participação Comunitária em Programas de promoção da saúde: elementos para uma avaliação crítica de metas e pressupostos. In: MINAYO, M.C.S.; MIRANDA, A. C. (Org.). Saúde e ambiente sustentável: estreitando nós. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2002. p.191-199.

SESA (Ceará). Informe semanal Dengue 2012. Atualizado em: 17 ago. 2013

STONE, L. Cultural influences in Comunity Participation in Health. Social Sciences and Medicine, v. 35, n. 4, p. 408-417, 2000.

STOTZ, E. M.; ARAÚJO, J. W. G. Promoção da saúde e cultura política: a reconstrução do consenso. Saúde e Sociedade, São Paulo, v. 13, n. 2, p. 5–19, maio/ago. 2004.

TEIXEIRA, M. G. et al. Dengue:  vinte e cinco anos de reemergência no Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 25 Sup 1, p. S7-S18, 2009

VÁZQUEZ M. L. et al. Participação social nos serviços de saúde: concepções dos usuários e líderes comunitários em dois municípios do Nordeste do Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.19, n.2, p.579-591, mar./abr. 2003