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Introdução: Na tentativa de proporcionar aos residentes em psiquiatria do terceiro ano uma visão crítica e dialogada entre os campos do saber da psicologia, da psiquiatria e o saber popular no contexto da saúde mental, com ênfase nas práticas dirigidas para o autocuidado, foi ofertada no Programa de Residência Médica em Psiquiatria do Departamento de Saúde Mental e Medicina Legal da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG) a disciplina de Psicoeducação em Saúde Mental. A psicoeducação é um conjunto de informações elaborado de forma estruturada e didática sobre um tipo de adoecimento e o tratamento, além de também incluir a dimensão psicológica no sentido de capacitar os pacientes e cuidadores na compreensão e sentido à experiência vivida no processo do adoecer, valorizando o autocuidado. Tal disciplina teve como finalidade explorar as novas perspectivas da educação em saúde no autocuidado, com ênfase na abordagem da interdisciplinaridade. A interdisciplinaridade é uma prática importante na área da saúde, pois promove interação de diferentes saberes, levando a um aprimoramento nas relações interpessoais.Caracterização do problema: A falta de aderência ao tratamento é um problema comum  nos serviços de saúde mental. A demanda de informações sobre o adoecimento e o seu tratamento nem sempre é respondida satisfatoriamente na relação médico-paciente durante o atendimento ambulatorial. OBJETIVO: Relatar e refletir sobre a experiência da interação ensino e assistência no desenvolvimento da disciplina de Psicoeducação em Saúde Mental. Metodologia: A disciplina de psicoterapia foi ofertada, no ano de 2013, aos residentes em psiquiatria com treinamento na abordagem psicoeducativa em saúde mental, contendo a carga horária de trinta horas. Os conteúdos programáticos abordados foram: psicoeducação; propostas psicoeducativas em saúde mental; tratamento não farmacológico em saúde mental e nos Transtornos do Humor; interdisciplinaridade; os contextos socioculturais e o processo saúde-doença-cuidado; a experiência do sofrimento psíquico de acordo com a pessoa; o seu tratamento e a sua rede social; como organizar e aplicar a psicoeducação; construir uma proposta psicoeducativa. Efeitos alcançados: Modificação da estrutura assistencial centrada na doença para uma forma de trabalho centrada no paciente de acordo com o processo saúde-doença-cuidado; diálogo entre o saber científico e o saber popular; ensino e assistência, tendo a integralidade como eixo norteador. Recomendações: A formação é um dos eixos fundamentais para a transformação na perspectiva da integralidade. A psicoeducação vem ampliando seu campo de ação em Saúde Mental, com diferentes atores sociais, promovendo uma interlocução entre diferentes saberes e fazeres.

Educação em Saúde; Psicoeducação; Ensino; Residência