Introdução: A equidade de gênero é um conceito ético associado aos princípios da justiça social e dos direitos humanos. No Brasil, as diretrizes fundamentais das políticas públicas relacionadas a gênero propõe o acesso ao poder político, através da abertura de espaços de decisão para as mulheres; garantia de acesso à educação e à saúde e a uma vida sem violências. Mesmo assim, iniquidades de gênero podem acontecer nos serviços de saúde quando há barreiras de acesso, o atendimento não é adequado, quando ocorre desrespeito, discriminação ou preconceito, quando existem meios eficazes de tratamento e não foram usados por razões ligadas a gênero e na imposição de condutas sem esclarecimento ou consentimento incluindo a omissão de orientações acerca dos direitos sexuais e reprodutivos. Objetivo: Avaliar a equidade de gênero nos serviços de saúde como um marcador de integralidade da atenção. Método: Trata-se de um estudo qualitativo que será realizado em serviços básicos de saúde localizados no Brasil, Haiti, Costa Rica e Itália. Serão realizados grupos de discussão com profissionais de saúde que atendem mulheres em unidades de saúde selecionadas em cada um dos países participantes. Serão convidadas 10 mulheres atendidas em cada um dos serviços há pelo menos um ano para responder a uma entrevista semiestruturada. Também serão observadas as interações naturalísticas em encontros de profissionais e usuárias nos serviços de saúde. A análise dos dados gerados na pesquisa – discursos de profissionais, usuárias e diálogos entre ambos - buscará identificar a presença de marcadores discursivos (silêncios, atravessamentos, tomada de turnos de conversação) e/ou conteúdos (desqualificações, preconceito, culpabilização,) que indiquem tanto a equidade quanto a iniquidade de gênero, potencializada pelas inserções de raça/etnia e orientação/identidade sexual. Resultados preliminares: A produção de dados desta pesquisa já iniciou no Haiti, onde vários departamentos de saúde fizeram grupos focais, entrevistas com usuárias e observação de atendimentos. Problematizar a equidade de gênero na atenção básica contribuirá para uma atenção mais humanizada e igualitária nos serviços de saúde.