Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida

Tamanho da fonte: 
NÚCLEO DOCENTE ESTRUTURANTE: CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO EM ENFERMAGEM
Edlamar Kátia Adamy, Carine Vendruscolo, Elisangela Argenta Zanatta, Ivete Maroso Krauzer, Leticia de Lima Trindade, Lucimare Ferraz

Resumo


Trata-se do relato de experiência do Núcleo Docente Estruturante (NDE) do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) com vistas a discutir as experiências e desafios importantes na busca pela melhor qualificação dos futuros profissionais de Enfermagem. As estratégias de intervenção e promoção do ensino de enfermagem emergem como recursos para estreitar as distâncias entre a formação ideal e a real. Neste sentido, o NDE, criado pela Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior visa qualificar o envolvimento docente no processo de concepção e consolidação dos cursos de graduação. Caracteriza-se como um órgão consultivo, responsável pela concepção, implementação, avaliação, consolidação e atualização dos Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPC). Dentre os principais debates resgatados pelo NDE está a busca pela consolidação de uma prática reflexiva em que o docente deve ser capaz de criar situações de aprendizagem, a partir de uma pedagogia construtivista; a formação profissional de qualidade através da realização das pesquisas e reflexões críticas, as quais oportunizam ao docente universitário refletir sobre suas próprias práticas de ensino, bem como identificar outras experiências que podem nortear mudanças e revelar fragilidade presentes no processo de ensino aprendizagem e o distanciamento “entre ser enfermeiro” e “ser docente”. O NDE definiu suas ações para três questões centrais: 1) qualificação do PPC; 2) capacitação docente voltada à ressignificação da docência e 3) aproximação e integração ensino, pesquisa e extensão. Conclui-se que o curso de Enfermagem da UDESC está alinhado com as competências gerais e específicas descritas nas DCN. Recentemente reorganizou o seu currículo para 4.806 horas o que vem ao encontro às prerrogativas da legislação. A criação do NDE mostrou-se se uma iniciativa importante para promover a reflexão sobre as questões didático pedagógicas e o planejamento, mediante o uso de instrumentos de gestão capazes de revelar as fragilidades, potencialidades e o momento vivenciado pelo curso. O principal desafio reside na necessidade de investimentos de parte da instituição e sensibilização dos docentes quanto à importância da qualificação do “ser docente”, para que se sinta preparado e desafiado a buscar novos recursos que qualifiquem sua prática, entre eles a adoção de metodologias ativas no processo de ensino-aprendizagem, entre outras formas de qualificação.

Palavras-chave


Ensino; Enfermagem; Competência profissional

Referências


BRASIL. Congresso Nacional. Constituição da República Federativa do Brasil. Promulgada em 05 de outubro de 1988. [documento internet] 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/legislacao/>. Acesso em: 12 set. 2008.

 

ESPERIDIAO, Elizabeth; MUNARI, Denize Bouttelet; STACCIARIN, Jeanne Marie R.. Desenvolvendo pessoas: estratégias didáticas facilitadoras para o autoconhecimento na formação do enfermeiro. Rev. Latino-Am. Enfermagem,  Ribeirão Preto,  v. 10,  n. 4, jul.  2002 .

Prado  ML, Medina-Moya JL, Martínez-Riera JR. La producción del conocimiento en educación en enfermería en España y Brasil: una revisión integrativa. Texto Contexto Enferm. 2011 jul-set; 20(3): 407-15.

Ferreira Junior MA. Os reflexos da formação inicial na atuação dos docentees enfermeiros. Rev Bras Enferm, Brasília 2008 nov-dez; 61(6): 866-71

Faria JIL, Casagrande LDR. A educação para o século XXI e a formação do docente reflexivo na enfermagem. Rev Latino-am Enfermagem 2004 setembro-outubro; 12(5):821-7

 

Tardif M. Saberes profissionais dos docentees e conhecimentos universitários: elementos para uma epistemologia da prática profissional dos docentees e suas consequências em relação à formação para o magistério. Revista Brasileira de Educação. Jan/Fev/Mar/Abr 2000 No 13

 

Brasil. Resolução CNE/CES nº1133 de 2001. Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Enfermagem, Medicina e Nutrição. Diário Oficial da União, Brasília, 03 de 10 de 2001. Seção 1E, p. 131. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES1133.pdf> . Acesso em: 15 Ago. 2012.

 

FERRAZ, Ana Paula do Carmo Marcheti; BELHOT, Renato Vairo. Taxonomia Bloom: revisão teórica e apresentação das adequações do instrumento para definição de objetivos instrucionais. Gest. Prod., v. 17, n.2, p. 421-31, 2010.

 

FREIRE P. Conscientização: teoria e prática da libertação: uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. São Paulo: Centauro, 2001, 116p.

 

FREIRE P. Pedagogia do oprimido. 41 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005, 213 p.

 

REIBNITZ Kênia Schimdt; Prado Marta Lenise. Criatividade e Relação Pedagógica: em busca de caminhos para a formação do profissional crítico criativo. Rev Bras Enferm, Brasília (DF) 2003 jul/ago;56(4):439-442

 

Backes VMS, Lino MM, Prado ML, Reibnitz KS, Canaver BP. Competência dos enfermeiros na atuação como educador em saúde. Rev Bras Enferm, Brasília 2008 nov-dez; 61(6): 858-65.

 

TRENTINI, Mercedes; DIAS Lygia Paim M. Conflitos na construção do conhecimento na enfermagem: uma controvérsia persistente. Texto Contexto Enferm. v.6, n.3, p.193-208, 1997.

 

LEOPARDI, Maria Tereza. Entre a moral e a técnica: ambiguidade do cuidado de enfermagem. Florianópolis: Editora da UFSC, 1994.

 

GALINDO, Marly B.; GOLDENBERG, Paulete. Interdisciplinaridade na Graduação em Enfermagem: um processo em construção. Bras Enferm, Brasília 2008 jan-fev; 61(1): 18-23.

 

Santos, Silvana Sidney Costa. Currículos de enfermagem do Brasil e as diretrizes - novas perspectivas. Rev Bras Enferm 2003; 56(4): 361-64.

 

Corbellini VL, et al.Nexos e desafios na formação profissional do enfermeiro. Rev Bras Enferm, Brasília 2010 jul-ago; 63(4): 555-60.

 

 

Püschel VAA. Ser professor de Enfermagem. Rev Cogitare Enferm. 2012 Jan/Mar; 17(1):9-14