Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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O SUS EM ASSENTAMENTOS RURAIS DO MOVIMENTO SEM TERRA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Elvira Rodrigues de Santana, Luize Silva Rezende da Mota

Resumo


Caracterização do problema: Os desafios para a promoção da saúde da população que vive em assentamentos rurais do Movimento Sem Terra (MST), são múltiplos, se levarmos em conta que os fatores que as colocam em situação de risco se originam nos diferentes níveis de seu contexto de vida, incluindo desde o microssistema familiar até o macro sistema social, cultural, político e econômico A ineficiência das redes de apoio social, a discriminação "cultural" que estigmatiza, marginaliza e exclui, assim como a grave situação econômica e social com a qual as famílias convivem não podem ser ignorados quando se fala em saúde e em SUS, que em seus princípios almeja ser universal, integral entre outros. Descrição da Experiência: A experiência descrita aqui é fruto do Estágio Interdisciplinar de Vivência e Intervenção (EIVI) que acontece há sete anos na Bahia, organizado pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Núcleo de Estudos e Práticas em Políticas Agrárias (NEPPA). O estagio é experimento praxiológico (teórico-prático) de Educação Popular que compreende três dimensões: Capacitação de Educadores Populares, realização de Extensão Universitária e problematização por parte da comunidade sobre sua realidade e seus problemas em uma perspectiva transformadora. Para isso, o estágio é dividido em 3 momentos pedagógicos complementares: capacitação e formação política; vivência nas áreas e comunidades camponesas; avaliação e encaminhamentos. Efeitos alcançados: Os efeitos alcançados com essa experiência em sua maioria são indescritíveis, ser estudante da área da saúde onde não existe SUS, nem qualquer assistência a saúde e uma realidade desestruturate para quem vive na academia almejando a utópica Universalidade do sistema, equidade, cuidado humanizado. O estágio tem um caráter de formação de militantes, e seu objetivo foi alcançado, pois, os mesmos desafios que nos desestruturam são os que nos impulsionam para transformar a práxis. Recomendações: Recomenda-se que iniciativas como essas sejam realizadas e experimentadas por mais estudantes da área de saúde para que futuramente na prática profissional não desconsiderem a difícil trajetória política e social dessas pessoas ao longo de um caminho de pobreza de oportunidades que vem de gerações anteriores, principalmente quando se fala em pessoas oriundas de movimentos sociais.

Palavras-chave


Movimentos sociais; SUS; Universalidade.

Referências


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