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POSSÍVEIS IMPACTOS DAS OFICINAS TERAPÊUTICAS NA FORMAÇÃO DISCENTE A PARTIR DO UNIVERSO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA
Resumo
O Governo Federal vem implementando políticas que favoreçam o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), tal como viabilizar uma reorientação na formação profissional que atenda às necessidades referentes à saúde da população como um direito à cidadania. Nessa perspectiva, surgiram algumas estratégias de integração entre ensino e serviço, como o Programa de Educação pelo Trabalho (PET) em Saúde. Nesse contexto, apresentaremos um relato de experiência do subprojeto Oficinas Terapêuticas do PET-Saúde “Redes de Atenção” – Edital nº 14 de 08/03/2013 –, que acontece numa parceria entre a Prefeitura de Betim e a PUCMINAS junto aos serviços substitutivos de saúde mental do município. Ainda é uma realidade a precariedade de uma formação acadêmica voltada para uma lógica que focaliza o campo assistencial público como objeto privilegiado de transmissão de conhecimentos das práticas de cuidado. Associado a esse problema, situa-se também a dificuldade de inserção social das pessoas com sofrimento mental e dependência química. Dessa forma, a iniciativa de atividades coletivas voltadas para essas pessoas encontra-se ancorada nos princípios da Reforma Psiquiátrica. Neste relato, destacaremos a experiência de duas atividades coletivas na modalidade de oficinas terapêuticas. A escolha por essa modalidade se deve a seu grande potencial de inserção social e construção da cidadania dos usuários. Não obstante, acredita-se que tais ações podem provocar também efeitos expressivos na clínica, possibilitando assim a implicação dos pacientes no processo de tratamento. O subgrupo tutorial de aprendizagem é composto por um tutor, seis preceptores e doze alunos da PUCMINAS/Betim (três de cada curso, a saber: enfermagem, fisioterapia, medicina e psicologia). Os alunos estão inseridos na rede de saúde do município a fim de conhecer a prática no SUS e na rede de saúde mental. Assim sendo, as atividades acontecem com usuários do CAPS Álcool e outras Drogas (CAPS-AD) desde outubro de 2013, sendo conduzidas por quatro alunos e dois preceptores. Tratam-se, pois, de duas oficinas, uma de informática e outra de culinária, que visam o aumento da capacidade de contratualidade e interação social. Pretendemos, portanto, descrever e analisar o desenvolvimento, a dinâmica e os efeitos dessas oficinas na formação dos alunos e na vida dessas pessoas, incluindo a possibilidade de construção de novos vínculos de trabalho e participação social que cada usuário manifesta através de sua subjetividade.
Palavras-chave
Dependência Química; Oficinas Terapêuticas; Formação Discente
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Coordenação Geral de Saúde Mental. Reforma Psiquiátrica e Política de Saúde Mental no Brasil. Conferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde Mental: 15 anos depois de Caracas. Brasília: Ministério da Saúde, 2005, 56 p.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Coordenação Geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas. Saúde Mental no SUS: as novas fronteiras da Reforma Psiquiátrica. Relatório de Gestão 2007 – 2010. Brasília: Ministério da Saúde, 2011, 106 p.