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Apesar de compreender vários conceitos e formas de se concebê-la, a humanização nos diversos serviços de saúde ganhou relevância a partir da Política de Humanização proposta pelo Ministério da Saúde, onde as formas de atuar e produzir saúde partem de uma construção coletiva a partir da transformação dos diferentes atores envolvidos nesse processo. A política aponta ainda, que as práticas humanizadoras só são possíveis através do encontro da diversidade intrínseca à coletividade. Partindo-se do pressuposto que o reconhecimento das demandas de saúde, para além do âmbito biologicista, se dá pelo reconhecimento do outro como um ser integral, há de se trabalhar a sensibilidade dos atores envolvidos no processo de produção em saúde para uma escuta qualificada, onde as expectativas, valores e crenças sejam reconhecidos como únicos dentro de uma coletividade. A confecção de uma colcha de retalhos como estratégia para que os atores registrassem em forma de arte suas crenças e conceitos acerca do que é humanizar, permitiu aos envolvidos, refletir sobre os aspectos facilitadores e dificultadores do processo de humanização em um hospital público de grande porte de Belo Horizonte. Fazer esta reflexão a partir da arte contribuiu para reconstruir o conceito e as dimensões envolvidas no processo de humanização, pois a arte tem uma linguagem própria, que expressa um olhar muito pessoal, que num processo de trabalho relacional como o da saúde, em especial o da enfermagem, necessita dialogar com o olhar do outro. A imaterialidade do trabalho em saúde e do conceito de humanização a partir da multiplicidade de leituras e à riqueza de sentido incorporada a materialidade concreta da colcha de retalhos permitiu evidenciar que o envolvimento dos atores num processo de construção coletiva permite desvelar as possibilidades deste processo cotidiano de se tecer a humanização nos serviços de saúde. Jaqueline Marques Lara Barata.

humanização;enfermagem;arte