Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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CONCEPÇÕES DE MÉDICOS SOBRE O SUICÍDIO E SUA PREVENÇÃO
Cláudia Aparecida Fernandes Cordeiro, Elaine Oliveira Leite, Lenniara Pereira Mendes, Carliaine Aparecida Siqueira, Nadia Veronica Halboth

Resumo


Segundo a Organização Mundial da Saúde, quase um milhão de pessoas morre por suicídio a cada ano, no mundo, sendo esta uma das dez principais causas de mortalidade geral e a segunda em indivíduos com 15 a 19 anos. No entanto, o suicídio pode, na maioria das vezes, ser prevenido e os profissionais da saúde, em especial os médicos que atuam na atenção básica, desempenham um importante papel na prevenção, já que eles frequentemente têm contato direto com o paciente com ideação suicida. Sendo assim, eles podem detectar comportamentos suicidas e tomar as medidas adequadas. O presente estudo objetivou conhecer a concepção de profissionais médicos sobre os comportamentos suicidas, além de verificar se eles os consideram passíveis de prevenção. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, realizada através de uma entrevista semiestruturada contendo cinco questões norteadoras sobre o tema suicídio. Foram entrevistados doze médicos, atuando em diferentes especialidades. O projeto de pesquisa foi avaliado e aprovado pelo Comitê de ética em Pesquisa da UFVJM. Durante as entrevistas, os sujeitos demonstraram desconforto ao serem questionados sobre o tema. Apenas um entrevistado nunca atendeu pacientes que tentaram suicídio, outro relatou que realizou apenas os procedimentos médicos, não interferindo nas questões pessoais do paciente. Como causas para o suicídio foram citadas: questões filosóficas, religiosas e socioeconômicas, fatores psiquiátricos e psicológicos abandono de tratamento médico, síndrome da adolescência normal e “fraqueza de caráter”, entre outros. Todos os entrevistados consideram a prevenção do suicídio possível, por meio de tratamento psiquiátrico e/ou psicológico, sendo valorizados também a religião, rede social, educação e melhor percepção pela família e pelos profissionais de saúde destes comportamentos. No entanto, poucos atuam na prevenção de forma efetiva. Com o estudo pode-se perceber que os comportamentos suicidas fazem parte do cotidiano médico e para esses profissionais é possível a prevenção.

Referências


Volpe, F., H. Corrêa, et al. (2006). Epidemiologia do Suicídio. Suicídio: Uma morte evitável. H. Corrêa and S. Barrero. São Paulo, Atheneu.

OMS (2000). Prevenção do suicídio: Um manual para médicos clínicos gerais. D. d. s. m.-T. m. e. comportamentais. Genebra, OMS.

OMS (2000). Prevenção do Suicídio: Um manual para profissionais da Saúde em Atenção Primária. D. d. s. m.-T. m. e. comportamentais.