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A comunidade Xokleng ficou conhecida em 1914, quando foram reunidos pelo Serviço de Proteção ao Índio. Desde a chegada do branco na região do Vale do Itajaí, os indígenas estão sofrendo com as doenças trazidas pelos mesmos, entre elas o HIV/aids. Assim, pretende-se com este trabalho refletir sobre casos de HIV/aids na comunidade Xokleng e as possibilidades de cuidado de enfermagem. Para tanto, tem-se como objetivo descrever a experiência de uma entrevista com profissional enfermeira que atende uma comunidade indígena XoKleng localizada na região do Alto Vale do Itajaí no estado de Santa Catarina. Na oportunidade a enfermeira relata que a grande parte dos casos de HIV/aids são transmitidos por contato sexual, sendo, até o momento, apenas um caso identificado de transmissão vertical. Ao ser questionada de, como as formas de prevenção do HIV, são abordados na comunidade, a profissional relata que aborda o tema expondo os comportamentos de risco que devem ser evitados e oportuniza espaços de educação em saúde para que o indivíduo possa se apoderar de conhecimentos e decidir sobre os fatores que interferem na sua saúde. Porém, alguns aspectos culturais e religiosos interferem nesse processo. Entre eles, a profissional cita a dificuldade do indígena em visualizar a doença. Enquanto esta não se materializa, ou seja, não apresenta sintomas, o indígena não se percebe como doente e acredita não precisar de terapia medicamentosa, recorrendo a ela somente quando apresenta sintomas, estando com Aids e com doenças oportunistas. Outro fator relevante é a religiosidade, onde em alguns casos de confirmação da soropositividade, apega-se a rezas para obter a cura, acreditando não necessitar de medicação e tratamento. Nesse contexto entende-se que a comunidade indígena, apesar de adoecer pelas mesmas patologias que acometem o homem branco, possuem suas particularidades que devem ser levadas em consideração no momento de se propor estratégias de cuidado que visem tanto a promoção, prevenção e recuperação da saúde. A religiosidade e a cultura bastante presente nestas comunidades requerem do profissional enfermeiro sensibilidade para compreendê-las e valorizá-las. Porém o estabelecimento de vínculo e o dinamismo devem se fazer presentes e auxiliar no processo de educação e sensibilização destes indivíduos oportunizando a eles uma melhoria na qualidade de vida e condições favoráveis de saúde.

HIV, indígenas, saúde.