O conceito contemporâneo da adolescência considera o processo de passagem da infância para a vida adulta, compreendendo uma resposta coletiva e cultural aos desafios do corpo e da sociedade, sendo a puberdade a porta de entrada. Apresenta-se de forma diferenciada segundo classe social e cultura e este período tende-se a alargar. O projeto PET Saúde: Vidas em Rede no município de Betim objetiva o fortalecimento da Rede de Atenção ao Cuidado do Adolescente e conhecer a representação social da gravidez na adolescência. É um projeto de extensão universitária de integração, ensino e serviços. A singularidade deste trabalho permitiu perceber vidas de adolescentes girando e vivências interagindo de diferentes classes sociais e culturais. Por um lado universitários, de outro moradores dos bairros Imbiruçu e Alterosas de Betim. O Vidas em Rede foi concebido a partir da necessidade territorial de intervenção na perspectiva de enfrentar a Violação dos Direitos de Saúde Sexual e Reprodutiva sofridos pelos adolescentes; identificado pela taxa elevada de gravidez, sua recorrência na adolescência e a consequente evasão escolar. Baseado na literatura científica a manutenção na escola ou a reinserção escolar dos adolescentes vulneráveis a gravidez é fator protetor e de fortalecimento a construção de cidadania dos mesmos. Segundo esta tese os projetos de vidas dos adolescentes participantes passariam de alguma forma pela trajetória educacional, representada pela instituição social: escola. Por outro lado os adolescentes jovens pesquisadores são considerados adolescentes por vivenciarem a transição para a vida profissional, autonomia financeira e protagonista social. Todos os universitários estão inseridos na educação superior (universidade), no qual o seu projeto de vida já passa pela escola. As entrevistas realizadas junto aos adolescentes participantes foram realizadas exclusivamente pelos universitários, os mesmos elaboram as estratégias de busca ativa, comunicação e vinculação às atividades coletivas e entrevistas para os adolescentes participantes. O percurso do projeto é registrado no memorial de trabalho com declarações de percepções cotidianas e o transcorrer das atividades relacionadas. Constata-se desta análise qualitativa as diferenças de direcionamento de vida, de violações - ou não - de direitos, comportamentos contextualizados segundo as classes sociais e culturais os quais os adolescentes se inserem.