Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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IMPASSES E DESAFIOS NA ARTICULAÇÃO ENTRE NAPS E ATENÇÃO BÁSICA: UMA EXPERIÊNCIA DO PET SAÚDE MENTAL NO MUNICÍPIO DE SANTOS
Mauricio Lourenção Garcia

Resumo


Uma das prioridades do Plano Municipal de Saúde de Santos (SP) no quadriênio 2010-2013 são as ações na Saúde Mental, onde observa-se que a rede de serviços enfrenta diversas dificuldades e a principal delas diz respeito à maneira como os serviços se articulam para responder às necessidades de saúde mental dos usuários desses serviços nos diversos territórios. Com função de acompanhar o usuário em sofrimento psíquico grave, constata-se nos Núcleos de Atenção Psicossocial (NAPS) do município, uma distorção no fluxo de demanda por atenção à saúde mental, causando uma superlotação no serviço, tendo em vista a dificuldade da Atenção Básica em acolher pessoas em situação de fragilidade, encaminhando-as diretamente aos serviços especializados. O PET – Saúde Mental surge com a proposta de contribuir na articulação dos serviços, fomentando a estratégia do apoio matricial, para que os usuários possam se beneficiar de ações em saúde mental em seus territórios. Tem por objetivos, intensificar a articulação e o trabalho conjunto entre as unidades de saúde da região da Zona Noroeste de Santos e fortalecer a rede de atenção psicossocial ao adulto, focalizando a descentralização do atendimento em saúde mental centrado nos NAPS para as UBS/USF; fortalecer o apoio matricial como estratégia e espaço de relações dos profissionais envolvidos em projetos terapêuticos singulares para a qualificação das ações de saúde mental na Atenção Básica. O PET se desenvolve a partir da utilização de diversas ferramentas e estratégias: realização de ações de apoio matricial; discussões de caso para a construção ou reorientação de projetos terapêuticos singulares; acompanhamentos domiciliares aos usuários; mapeamento do atendimento aos casos graves de adultos; envolvimento dos diversos atores que compõem a rede na articulação e implantação de intervenções conjuntas. A equipe do PET é formada por 12 bolsistas, 06 preceptores e um tutor. Os 12 bolsistas foram divididos em quartetos que foram alocadas em duas unidades municipais de saúde participantes do projeto: UBS Embaré, USF Jardim Castelo, NAPS I, NAPS III, NAPS V e SERP (Seção de Reabilitação Psicossocial). Os bolsistas vão a campo pelo menos uma vez por semana acompanhados de seus preceptores; quando em campo, circulam pelo território, familiarizam-se com o cotidiano do serviço, conversam com funcionários sobre usuários, participam de reuniões de equipe, fazem visitas domiciliares a usuários, organizam e coordenam oficinas e atividades de acolhimento e buscam promover conversas entre diferentes unidades. Além disso, todos os participantes do projeto (alunos, preceptores dos serviços e professores-tutores) se reúnem na universidade para refletir sobre o trabalho, problematizar questões, pactuar ações, planejar e avaliar o projeto, debater conceitualmente o trabalho realizado.

Palavras-chave


Saúde mental; matriciamento; ensino