Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


Tamanho da fonte: 
VISITA DOMICILIAR: FARMÁCIA E TERAPIA OCUPACIONAL RESIGNIFICANDO O COTIDIANO DE PACIENTES COM DOENÇAS CRÔNICAS
Kellinson Campos Catunda, Ingrid Freire Silva

Resumo


A visita domiciliar é uma prática antiga na área da saúde e atualmente, está sendo resgatada em função das novas políticas públicas que incentivam maior mobilidade do profissional. Nessa perspectiva, a visita domiciliar pode ser considerada como um dos eixos transversais do sistema de saúde brasileiro que transpassa pela universalidade, integralidade e equidade, detectando necessidades promovendo saúde e cuidado. Pode ser compreendida como um método, uma técnica e uma ferramenta. Como método se inscreve nas possibilidades das abordagens qualitativas; como técnica requer a comunicação e a interação; e ferramenta pelo acesso e uso do planejamento e registro. A experiência foi desenvolvida no município de Sobral-CE tratando-se de um relato descritivo e abordagem qualitativa. A ideia floresceu a partir da participação dos profissionais do Núcleo de apoio à saúde da família-Nasf (farmacêutico e terapeuta ocupacional) em um grupo de convivência da unidade de saúde, no qual se percebeu dificuldades dos usuários na organização de seus medicamentos. Eles apresentavam diagnóstico de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial, existindo a necessidade de uso de mais de um medicamento por longo período e com administração dos mesmos mais de uma vez ao dia. Este fato causava transtornos, pois os usuários confundiam horários e comprimidos embora a maioria já tivesse recebido algum tipo de orientação. Então o que não funciona(ou)? Após a escuta dos relatos deles, surge o primeiro caminho para solucionar os problemas: A Visita Domiciliar... Foram agendadas visitas aos pacientes do grupo a fim de compreender o que dificultava o uso do medicamento. Em muitos casos moravam sozinhos ou apresentavam déficits visuais , motores e cognitivos. Criar fichas, calendários, depósitos para armazenamento, foi uma das estratégias, mas a equipe seguiu além, transformou cada visita em um momento rico resgatando a individualidade dos pacientes, estabelecendo uma escuta qualificada, movimentado as relações e fortalecendo o vínculo e acolhimento. Ao aceitar a premissa de que é necessário o uso do medicamento, eles puderam refletir sobre suas condutas e foram construtores ativos do processo de reorganização do cotidiano, resignificando às novas condições de saúde.

Referências