Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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ACOLHIMENTO: PERCEPÇÃO DA EQUIPE EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA EM SOBRAL/CE
Rafaela Bezerra Façanha Correia, Gaussianne de Oliveira Campelo, Emanoel Avelar Muniz, Cibelly Aliny Siqueira Lima Freitas, Percy Antonio Galimbertti Catanio, Izabelle Mont'Alverne Napoleão Albuquerque

Resumo


Introdução: O acolhimento no campo da saúde deve ser entendido, ao mesmo tempo, como diretriz ética/estética/política constitutiva dos modos de se produzir saúde e ferramenta tecnológica de intervenção na qualificação de escuta, construção de vínculo, garantia do acesso com responsabilização e resolutividade nos serviços (BRASIL, 2006). Objetivo: analisar o processo de acolhimento em uma Unidade de Saúde da Família, a partir das percepções da Equipe de Saúde. Método: Tratou-se de uma pesquisa descritiva, de campo, com abordagem qualitativa, realizada no mês de novembro de 2013.  O lócus de estudo foi uma Unidade de Saúde da Família no município de Sobral/Ce. Utilizou-se um grupo focal com os profissionais da equipe de Saúde da Família, que ocorreu durante o momento de reunião, contando com a participação de onze profissionais da Equipe de Saúde da Família. Todo o material foi gravado e em seguida, transcrito para análise, que consistiu na sistematização e categorização para compor um banco de dados. Resultados: Na fala dos profissionais, encontraram-se algumas definições de acolhimento. Alguns dos sujeitos da pesquisa também esboçaram um conceito que se aproximou do que Abbes e Massaro (2004) entendem por acolhimento como um modo de operar os processos de trabalho em saúde de forma a atender a todos que procuram os serviços de saúde, ouvindo seus pedidos e assumindo no serviço uma postura capaz de acolher, escutar e pactuar respostas mais adequadas aos usuários. Foi possível verificar intersecção do Acolhimento e Vínculo no discurso de alguns profissionais, que “podem ser identificados no encontro do trabalhador com o usuário durante o trabalho vivo em ato, ou seja, durante o trabalho em ação, que está em processo de construção” (MERHY, 2007). Na USF pesquisada, o acolhimento estava passando por um processo de mudança e seus profissionais já haviam incorporado a noção do acolhimento com a classificação de risco. Os maiores desafios para o Acolhimentos são: falta de estrutura física, recursos materiais e humanos. Como potencialidades elencaram: motivação dos profissionais, reorganização do serviço de acolhimento. Conclusão: Apesar das restrições, impostas pela estrutura da unidade e antigos processos de trabalho, a equipe de Saúde da Família mostra-se disposta a transformar suas práticas no cuidado a saúde.

Palavras-chave


Acolhimento; Saúde da Família; Equipe

Referências


ABBÊS C., MASSARO A. Acolhimento com classificação de risco. Campinas, Hospital Municipal Mário Gatti. 2004.

BRASIL. Ministério da Saúde. Cadernos da Política Nacional de Humanização – PNH. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

MERHY, E.E. Em busca do tempo perdido: a micropolítica do trabalho vivo em saúde. In: MERHY, E.E.; ONOCKO, R. (Orgs.). Agir em saúde: um desafio para o público. 3.ed. São Paulo: Hucitec, 2007