Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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EDUCAÇÃO SUPERIOR E A SAÚDE COLETIVA BRASILEIRA: O QUE PODE UMA GRADUAÇÃO?
Liliana Santos

Resumo


Este estudo é parte de uma pesquisa que interroga o surgimento dos Cursos de Graduação em Saúde Coletiva (CGSC) no contexto da Saúde Coletiva brasileira e sua configuração diante dos desafios apontados pelas práticas estabelecidas no âmbito da Saúde Coletiva Brasileira. Busca-se analisar os contextos e processos que desencadearam a criação dos CGSC no Brasil e as perspectivas e sentidos atribuídos pelos sujeitos envolvidos na criação dos CGSC no Brasil. Trata-se de um estudo de caso, composto pelos olhares dos cenários nacional e local, alicerçado no referencial da etnometodologia, abordada por Alain Coulon. São apresentados os resultados preliminares de uma investigação de caráter nacional, compreendendo o contexto de criação dos CGSC, tentando responder aas seguintes indagações: porque e como surgem os cursos de graduação em Saúde Coletiva? Quais foram e em que instâncias se encontraram os principais sujeitos implicados nos debates sobre a criação dos Cursos de Graduação em Saúde Coletiva? Que debates foram travados? Nesse contexto, foi discutida a relação com a pós-graduação? Que apostas foram feitas no sentido de investir em uma iniciativa inovadora de formação? Na visão dos sujeitos, esta iniciativa interfere nos movimentos de mudança na formação dos demais profissionais da saúde? Havia interesses em jogo? Pretende-se, com este estudo contribuir para o um dimensionamento da medida em que a criação de um novo curso de graduação contribui para a reorientação da formação e mudanças das práticas exercidas pelos demais profissionais da saúde. O referencial de análise adotado é o da Análise de Conjuntura (SOUZA, 1984), no sentido de descrever acontecimentos, cenários, atores, relação de forças e tensionamentos entre estrutura e conjuntura.

Palavras-chave


EDUCAÇÃO SUPERIOR, GRADUAÇÃO, SAÚDE COLETIVA

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