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A situação dos serviços de urgência e emergência é atualmente motivo de preocupação para a comunidade médica e sociedade em geral, já que seu uso tem experimentado um importante crescimento nas últimas décadas (FURTADO et al, 2004). A defesa da Atenção Básica como principal porta de entrada muitas vezes não encontra referência no modo como a população utiliza as redes de serviços do SUS (OLIVATI et al,2010).Em Aracaju a porta de entrada para as demandas de média e alta complexidade é o Hospital de Urgência de Sergipe Governador João Alves Filho (HUSE). O HUSE é organizado em sistema de Classificação de Risco para avaliar a gravidade dos pacientes, por meio de cores que compreendem a área azul, área verde, área amarela e área vermelha (FUNDAÇÃO HOSPITALAR DE SAÚDE, 2012). Na área azul, o atendimento deve ser realizado a pacientes com prioridade baixa, que necessitam de medicação ou procedimentos especializados e observação rápida (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004). Este estudo teve como objetivo traçar um perfil social e clínico dos pacientes atendidos na Área Azul do pronto socorro do HUSE. A importância desse trabalho está em entender a demanda do setor, contribuindo para o planejamento de ações que visem atender os usuários conforme suas peculiaridades. Trata-se de um estudo documental descritivo, o qual se caracterizou pela análise do censo que é preenchido diariamente na área com dados sociais e clínicos. A coleta de dados foi realizada entre os meses de agosto e setembro de 2013, duas vezes por semana durante quatro semanas, totalizando 8 censos e 267 pacientes. Os dados foram organizados no programa Excel, utilizando-se análise estatística descritiva. Os resultados mostraram que 62,17% das pessoas atendidas são do sexo feminino e na faixa etária de mais de 60 anos (50,19%), a maior parte da demanda é residente na região metropolitana de Aracaju (55,06%). Em relação aos dados clínicos, existe uma variedade de queixas agudas e crônicas que levam a procura por atendimento, sendo que 16,85% dos pacientes permanecem internados na própria Área Azul. Dentre os atendimentos por especialidade o setor de clinica médica fica com 84,64% dos casos. Os dados coletados apontam para um perfil de pacientes em envelhecimento, da própria região metropolitana, que procuram atendimento com queixas clínicas, sendo possível inferir o HUSE como “porta de entrada”, contrariando o objetivo do Ministério da Saúde que preconiza a Rede Básica como “porta de entrada”.

perfil de saúde;usuários;HUSE