Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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AVALIAÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES DO PROGRAMA DE REORIENTAÇÃO DA FORMAÇÃO EM SAÚDE (PRÓ-SAÚDE) NOS PROCESSOS DE MUDANÇA CURRICULAR DOS CURSOS DE SAÚDE DA PUC MINAS
Evanilde Maria Martins, Cristiana Leite Carvalho, Cássia Beatriz Batista

Resumo


Introdução: a formação de profissionais de saúde vem sendo alvo de investimentos visando consolidar o modelo assistencial do Sistema Único de Saúde (SUS). Os Ministérios da Saúde e da Educação apresentam incentivos para mudanças no ensino superior com o Programa de Reorientação da Formação em Saúde (Pró-Saúde). A Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais participa junto com a Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Belo Horizonte (SMSA/PBH) dos últimos editais do Pró-Saúde (2005, 2007 e 2012) buscando reorientar a formação oferecida pelos cursos de enfermagem, fisioterapia, fonoaudiologia, odontologia e psicologia. Objetivos: este estudo tem como propósito analisar os perfis profissionais estabelecidos nos projetos pedagógicos dos cursos ora em foco e identificar mudanças na estrutura curricular; e também, analisar as percepções dos professores coordenadores de curso, e de estágios em relação à contribuição do Pró-Saúde na implantação das mudanças no processo de formação profissional. Metodologia: foram utilizados dois métodos de investigação da pesquisa qualitativa que se complementaram para produzir os resultados pretendidos: (i) análise documental dos projetos pedagógicos dos cursos, existentes antes e depois da adesão da Universidade ao programa e (ii) grupo focal com os professores. Resultados: desde a implantação do Pró Saúde, os cursos envolvidos buscaram intensificar a integração ensino-serviço. As mudanças ocorreram a partir da corresponsabilização de docentes junto à gestão colegiada dos cursos, de modo a favorecer a reorganização curricular e garantir uma formação mais voltada para as necessidades da população. Observaram-se mudanças na concepção do perfil profissional e nas orientações teóricas, ainda que as metodologias de ensino não tenham se alterado expressivamente. Há mudanças significativas, especialmente nos estágios curriculares obrigatórios que atuam no cenário de práticas organizadas de acordo com a rede de serviços de saúde. O trabalho integrado entre os cursos ainda é um desafio. Para os professores existe atualmente, maior número de docentes envolvidos com os trabalhos na área da saúde coletiva e com maior compreensão do SUS. Segundo eles, observam-se também, alunos mais autônomos e integrados à política de saúde existente. Conclusão: O estudo confirma a existência de alterações curriculares a partir Pró-Saúde e aponta a importância de políticas de incentivo para que as universidades, aliadas aos serviços de saúde, construam novos processos de formação profissional.

Palavras-chave


ensino-serviço; formação profissional; educação e trabalho

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