Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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AVALIAÇÃO DAS AÇÕES E SERVIÇOS DO SISTEMA ÚNICO OFERECIDO AOS RESIDENTES DE CADA MUNICÍPIO BRASILEIRO POR MEIO DE INDICADOR COMPOSTO
Eucilene Alves Santana, Afonso Reis Teixeira, Regina Maria Mello, Nádia Maria da Silva Machado, Priscilla Cristina Ramos Lima

Resumo


Introdução. Avaliar as informações geradas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é uma tarefa que requer um olhar em várias escalas diferenciadas: municipal, regional, estadual e nacional. Um sistema de avaliação é relevante, se este estiver vinculado à melhoria da capacidade de gestão dos vários componentes do SUS. Neste contexto a avaliação em saúde deve ser fortalecida para subsidiar o gestor quanto a reorganizar, investir, programar politicas, operacionalizar as ações e programas que atendam os usuários do SUS. Apesar da área de Saúde pública ser vasta em informações, que propiciam a avaliação de ações e serviços ofertados por setores e programas específicos. O questionamento pelo usuário e/ou pelo gestor permanece: Qual o retrato do Brasil atual em relação ao SUS ofertado pelas três esferas de gestão? Objetivo: Buscando responder esse questionamento o presente trabalho avalia o SUS ofertado aos residentes de cada município brasileiro por meio da construção de um indicador composto. Método: Trata de um estudo ecológico, tendo como unidade a amostra de base populacional residentes no município, com períodos avaliados entre 2007 a 2010. Sendo as fontes de dados: Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde; Sistema de Informação Ambulatorial; Sistema de Informação de Agravos de Notificação; Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização; Sistema de Informação Hospitalar; Sistema de Informação sobre Mortalidade; Sistema de Informação sobre Nascido Vivo. Os métodos empregados consistiram de: Padronização indireta por faixa etária e sexo, Bayes empírico; e Análise de componentes principais. Resultados: Dos 58 indicadores testados, por critérios de viabilidade, credibilidade e confiança, manteve-se 24 indicadores simples distribuídos entre a atenção básica, as atenções ambulatorial e hospitalar e a urgência e emergência, compondo os índices de acesso Potencial ou obtido do SUS e o Índice de Efetividade do SUS, com peso de 71,2% e 28,8% atribuído pela PCA, os quais formaram o Índice de Desempenho do SUS (IDSUS). Ao atribuir uma nota de zero a 10, o IDSUS encontrado foi inferior à média do Brasil (5,47) para mais de 55,3% dos 5563 municípios analisado. Situação similar à atenção especializada. Conclusão: A atenção básica, ofertada a população residente nos municípios do país está melhor do que a atenção especializada relacionada aos procedimentos ambulatórios e hospitalares, e o acesso ainda é um problema a ser superado pelos gestores de saúde.

Palavras-chave


Avaliação; Monitoramento; Sistema Único de Saúde

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